O governo federal desistiu da ideia de chamar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para o desfile de Sete de Setembro, em Brasília. O convite já havia sido feito ao MST, que designara dois representantes para participar de uma homenagem às forças de segurança e entidades da sociedade civil que participam da reconstrução do Rio Grande do Sul.
Inicialmente, o MST iria fazer uma participação simbólica no desfile junto a outras organizações que trabalharam no resgate e amparo às vítimas das enchentes. Segundo a assessoria dos sem-terra, os dois escolhidos para a cerimônia são pessoas ligadas à secretaria nacional que representa nacionalmente o movimento.
“O MST terá dois membros que farão uma participação simbólica durante o desfile do 7 de setembro, em Brasília; representando junto a outras organizações convidadas, entidades que obtiveram um reconhecimento público às ações solidárias empenhadas na reconstrução do estado do Rio Grande do Sul, após a tragédia que assolou o Estado gaúcho”, disse a assessoria do MST.
Porém, o Planalto afirmou que havia “cogitado” a ideia de convidar o MST e outras entidades da sociedade civil. O governo, porém, desistiu da ideia por questões de “logística”.
“Inicialmente, foi cogitado convidar entidades da sociedade civil do Rio Grande do Sul envolvidas em ações solidárias do estado, mas, devido à dificuldade de logística, isso não se concretizou”, disse a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom).
Logo após a participação do MST no desfile da Independência ser veiculada na imprensa, opositores ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticaram a ideia. O senador Márcio Bittar (União Brasil-AC), um dos aliados mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou ontem que o Planalto planejava fazer o Exército “bater continência” aos sem-terra.