De acordo com a polícia, a vítima estava no banco de trás do veículo. A família voltava de uma festa quando um animal atravessou a pista.
Evaldo Luis do Nascimento, de 21 anos, morreu na madrugada deste domingo (14), próximo ao município de Terenos, a 31 quilômetros de Campo Grande, enquanto voltava de uma festa com a família. De acordo com a Polícia Civil, o caso será investigado, mas há a possibilidade de que o motorista tenha perdido o controle do veículo após um animal cruzar a pista.
Conforme informações da polícia, no veículo estavam cinco pessoas da mesma família, que voltavam de um evento em Dois Irmãos do Buriti, quando um lobinho atravessou a pista. O motorista, de 27 anos, se assustou com o movimento do animal e perdeu o controle do carro, saindo da rodovia.
Com o impacto da batida, Evaldo, que estava no banco de trás sem cinto de segurança, morreu no local. A condutora, de 27 anos, seu marido e duas passageiras que também estavam no banco de trás ficaram feridos e foram encaminhados à Santa Casa de Campo Grande.
Ainda de acordo com a polícia, o motorista não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e o caso será investigado pela Polícia Civil de Terenos.
Rodovia da Morte
Números compilados de 2018 mostram que no Mato Grosso do Sul e na Região Centro-Oeste, a BR-163 ainda mantinha o título de “rodovia que mais mata”, sendo que a privatização de 2013 buscava tirar o título macabro do trecho.
Cerca de dois anos após a privatização, os números de 2015, de fato, apontavam para uma queda de mais de 50% nas mortes, com a PRF indicando que os 64 óbitos de 2014 haviam caído para apenas 30 em 2015.
Acontece que os números voltaram a subir, e as melhorias na via estão paradas há sete anos, já que a CCR MSVia, não cumpriu com o contrato, que previa a duplicação de todos os 845 km da BR-163, de Mundo Novo, na divisa com o Paraná, a Sonora, na divisa com o Mato Grosso. Desde o início da concessão, há dez anos, foram duplicados apenas cerca de 155 km.
O prazo para a duplicação completa terminaria em 2024, mas a concessionária fez apenas a duplicação necessária para iniciar a cobrança de pedágio, nos três primeiros anos.
A rodovia não recebe investimentos desde 2017, quando a empresa solicitou o reequilíbrio do contrato. A CCR chegou a dizer em 2019 que não tinha interesse em permanecer com a rodovia e até cobrou a devolução de ativos da União, no valor de R$ 1,4 bilhão.
Desde então, o Governo Federal vem prorrogando o contrato com a CCR MSVia para a administração da BR-163.
Em 2023, foram realizadas audiências públicas em Brasília e em Mato Grosso do Sul para debater o futuro da rodovia federal que corta o estado. Em julho, uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou a assinatura do acordo consensual entre o Governo e a CCR MSVia.
Dois meses depois, a União e o Estado fizeram uma proposta para que a CCR MSVia continuasse com a concessão, apresentando regras para assinatura do novo contrato, como a manutenção do pedágio, a duplicação de mais 68 km de rodovia e a implantação de 63 km de faixa adicional, 8 km de marginais e 9 km de contornos.
A CCR MSVia teria mais 20 anos com a BR-163, porém, com esse novo acordo, o prazo será estendido por mais 15 anos. Nos primeiros três anos contratuais, haverá investimento de boa parte do total de recursos destinados.
A empresa promete a duplicação de mais 190 km e mais 170 km de terceira faixa.
O novo contrato, que prevê R$ 12 bilhões de investimento na rodovia, deveria ter sido assinado no primeiro mês de 2024. No entanto, um impasse do Tribunal de Contas da União atrasou o processo, que ainda está parado.
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