A situação das queimadas no Pantanal em 2024 já ultrapassa qualquer recorde histórico, com mais de 530 mil hectares queimados até o final de junho. No entanto, as autoridades que acompanha a evolução dos incêndios no bioma sul-mato-grossense alertaram na manhã desta quinta-feira (27) que o pior ainda está por vir.
De acordo com Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, os meses de agosto e setembro tendem a ser os mais severos em termos de mudanças climáticas. “Um ponto muito importante é que nós ainda não chegamos ao ponto crítico extremo da mudança climática. Essa previsão é para os meses de agosto e setembro, que tendem a ser mais severos do que qualquer agosto e setembro de períodos anteriores’, ressaltou o secretário.
O governador Eduardo Riedel (PSDB) destacou que o estado está se preparando para enfrentar essas condições adversas, com apoio contínuo chegando. “Uma situação rara que exige uma atuação diferente. Entendo que estávamos mais preparados, aprendemos ao longo desse tempo e estamos mais equipados e com uma alocação de recurso direcionada de maneira preventiva. Tudo isso foi uma melhora na nossa capacidade operacional’, afirmou.
O chefe do Executivo também mencionou que, além do empenho estadual e dos recursos do Governo Federal, o estado está estudando a solicitação de ajuda internacional para combater os incêndios que prometem ser ainda mais severos.
“A ajuda internacional não veio porque não foi solicitada. Estamos discutindo reiteradamente essa ação. E o prognóstico é que este ano haja operação. Esse refresco que deu agora é pontual. Ainda temos toda a temporada de seca pela frente que certamente vai nos exigir muito. Vamos estruturar esse apoio seja internacional ou nacional’, comentou o governador sem dar muitos detalhes de como a ajuda chegaria.
Medidas de combate – Desde abril, o estado de Mato Grosso do Sul tem intensificado suas ações de combate e prevenção aos incêndios. Uma das medidas foi a ampliação dos aceiros de 6 para até 30 metros, permitindo que os produtores rurais criem barreiras mais eficazes contra o fogo. Essa decisão, tomada pelo governo, visa impedir que as chamas se espalhem rapidamente pelas propriedades rurais.
A situação atual no Pantanal é agravada por uma combinação de fatores climáticos extremos. Conforme Jaime Verruck, “todas as condições presentes no Pantanal, como nível de biomassa para queima, são maiores do que 2020. A seca é mais prolongada que 2020 e o volume de chuva está abaixo da média histórica dos últimos 10 anos. Então, todas as condições para a possibilidade de um incêndio florestal são extremamente adversas’.
Enquanto isso, as operações de combate e monitoramento continuam intensamente. Na última quarta-feira (26), várias áreas críticas, como Maracangalha, Baía do Castelo e as proximidades dos rios Miranda e Abobral, receberam atenção especial. As ações incluem sobrevoos, uso de aeronaves Air Tractor e mobilização de guarnições para combater os focos de incêndio.
Fonte: Msnews