Empresários locais comemoram, mas mantêm cautela após dívidas do passado
Dez anos após a paralisação das obras e uma dívida de R$ 36 milhões com empresários locais, Três Lagoas finalmente celebra a retomada da construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3). A Petrobras anunciou um investimento de R$ 3,5 bilhões para concluir a fábrica, que será a maior produtora de ureia e amônia da América do Sul.
A notícia foi recebida com entusiasmo pelos empresários locais, que veem na UFN3 um motor para impulsionar a economia da região. “Até hoje, essa é a notícia mais sólida que tivemos e estamos confiantes na retomada”, afirma Fernando Jurado, presidente da Aliança de Entidades de Três Lagoas.
A paralisação das obras da UFN3 em 2014 deixou um rastro de dívidas e incertezas em Três Lagoas. Empresas locais que forneceram serviços e materiais para a construção da fábrica ficaram no prejuízo, acumulando uma dívida que, atualizada, chega a cerca de R$ 150 milhões.
Apesar da euforia com a retomada do projeto, os empresários locais mantêm a cautela. “Certamente os empresários locais vão ficar com pé atrás, contratos mais tensionados. Não devem deixar de fornecer, mas com olhar muito diferenciado”, destaca Fernando Jurado.
A conclusão da UFN3 trará diversos benefícios para Três Lagoas e região. A fábrica deverá gerar milhares de empregos diretos e indiretos durante a fase de construção e operação. Além disso, a produção de fertilizantes irá fortalecer o agronegócio, um dos principais setores da economia local.
A localização estratégica da UFN3, próxima aos principais mercados consumidores do Centro-Oeste, Sul e Sudeste, permitirá reduzir a dependência do Brasil da importação de fertilizantes, contribuindo para a segurança alimentar do país.
A Petrobras ainda precisa finalizar a documentação e obter as aprovações necessárias para dar início às obras. A previsão é que a UFN3 entre em operação em 2028.
A retomada da UFN3 representa um marco histórico para Três Lagoas e demonstra o potencial de desenvolvimento da região. No entanto, é fundamental que a Petrobras honre seus compromissos com os fornecedores locais e com a comunidade, evitando que a história se repita.