“Fiquei esperando 1h na agência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O médico da perícia saiu da sala e foi até a moça da segurança e disse: ‘pode mandar os que seriam atendidos para a sala 7 e remarcar, já deu a minha cota, já encerrei’. É desgastante demais, é horrível sair de casa, e humilhante demais ir atrás de algo que é um direito seu e ser tratado assim”.
O relato é de uma trabalhadora afastada das atividades laborais por problemas psicológicos, em Campo Grande. Ela está desde agosto tentando passar pela perícia médica do INSS, mas teve a consulta remarcada, nesta segunda-feira (12), pela quarta vez, sendo agendada só para dezembro.
Apesar do fim da greve dos servidores do INSS, após o acordo entre a Fenasps (Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social) e o MGI (Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos), na última quarta-feira (6), os moradores relatam que a fila de serviços está parada.
Uma trabalhadora, que preferiu anonimato, diz que está afastada do trabalho há três anos, pois sofre de depressão, ansiedade e síndrome do pânico, além de tomar medicação controlada. Em agosto, teve o benefício cortado sem aviso e teve que retornar às atividades presenciais na empresa.
“Não consegui trabalhar uma semana porque tive fortes crises e minha psiquiatra me afastou. A perícia foi agendada para setembro, estavam de greve e remarcaram para outubro, depois foi para novembro e agora dezembro. Agora, com o benefício cortado, não tenho nem para comprar os remédios”.
‘Voltar para casa sem atendimento’
“Faltei o trabalho de novo para acompanhar e mais uma vez será remarcado, desta vez, para dezembro. Eu sou autônima e um dia de trabalho conta muito. A funcionária disse que atenderam o número limite de pessoas, mas chegamos antes das 7h e estava agendado desde setembro. Percebi que vem pessoas de ônibus, de outras cidades e chegam aqui para voltar para casa sem atendimento”.
Segundo os dados do boletim estatístico da Providência Social de setembro, cerca de 16.158 pessoas aguardam a perícia médica inicial em Mato Grosso do Sul, sendo 9.681 de até 45 dias e 6.477 esperando há mais de 45 dias.
Os que estão aguardando o cumprimento das exigências documentais pelo segurado, são 1.151 pessoas em até 45 dias e 1.648 com mais de 45 dias, totalizando 2.799 nesta fila.
Quanto ao fim de benefícios pelo INSS, foram 21.759 cessados e 147 suspensos, um número que representa 49,97% e −17,22%, respectivamente, em variação comparado ao mês anterior.
O número é menor que agosto, quando 18.707 pessoas estavam no aguardo da perícia inicial no Estado.
Greve no INSS
A greve nacional da categoria foi deflagrada no dia 16 de julho, com objetivo de reconhecer a legalidade da greve dos servidores públicos federais do INSS.
Contudo, após o acordo com a pasta da União, os funcionários voltaram ao trabalho em todo o Brasil na última sexta-feira (8). A paralisação durou 114 dias.
Ainda na sexta-feira, a Fenasps protocolou um ofício solicitando uma audiência ao presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, com objetivo de dirimir os questionamentos dos trabalhadores e trabalhadoras do Seguro Social em relação ao retorno ao trabalho e a operacionalização e modelo de reposição segundo cada área de atuação da autarquia.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação do INSS sobre a fila e a normalização do atendimento nas agências e aguarda um posicionamento.
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