O pastor utilizava justificativas espirituais, como a necessidade de “cura” ou “libertação de demônios”
A Polícia Civil indiciou pastor após cinco mulheres denunciarem o líder evangélico por diversos crimes de violação sexual mediante fraude. A maioria dos crimes aconteceu durante momentos religiosos na região do Assentamento Vera Nilda, em Antônio João, município que fica a 319 km de Campo Grande.
Segundo informações divulgadas pela polícia, as investigações tiveram início a partir das denúncias onde todas as mulheres eram frequentadoras da igreja liderada pelo pastor.
Elas contaram, na delegacia, que foram abusadas pelo autor sob o pretexto de realizar orações individuais em um local conhecido como “Oração no Monte”, que fica no assentamento próximo ao município.
Com detalhes, as vítimas narraram que foram levadas a um local isolado e escuro, onde o pastor tocava nas partes íntimas delas e forçava contato físico e, em alguns casos, colocava para fora o pênis.
Ainda durante os depoimentos, as mulheres contaram que o líder utilizava justificativas espirituais, como a necessidade de “cura” ou “libertação de demônios”. Além disso, após os abusos, o pastor dizia ter ligações com o crime organizado para as vítimas sentirem medo e não denunciarem o crime.
Em seu interrogatório, o pastor negou a prática dos crimes, afirmando que as orações eram sempre realizadas na presença de outras pessoas. Ele também disse que as acusações foram motivadas por desentendimentos entre as vítimas e sua esposa.
Apesar de negar o crime, o modus operandi do autor foi semelhante em todos os casos: ele se aproveitava de sua posição de líder espiritual para isolar as vítimas em locais escuros e praticar o crime.
Em nota, a polícia afirmou que as vítimas, que buscavam orientação espiritual com o pastor, eram submetidas à situação de extrema vulnerabilidade, o que dificultou sua capacidade de reagir ou denunciar os abusos imediatamente.
Para a polícia, a conduta do pastor não apenas violou a integridade física e psicológica das vítimas, mas também abusou da fé e da confiança que elas depositavam nele como líder espiritual.
Agora, com o encerramento das investigações, o inquérito policial foi encaminhado ao Ministério Público Estadual para oferecimento de denúncia.