O Pantanal está enfrentando uma seca severa, o que tem aumentado drasticamente o risco e a ocorrência de incêndios. A análise do SOS Pantanal, divulgada nesta terça-feira (11), revela um alarmante aumento de mais de 1.000% nos incêndios florestais em comparação com o mesmo período de 2023. A escassez de chuvas, especialmente na região noroeste do Estado, teve um impacto significativo no Pantanal de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso (MT).
Nos primeiros três meses de 2024, o Pantanal registrou um recorde de queimadas, ultrapassando a média dos anos entre 2012 e 2022, de acordo com o Laboratório de Aplicações Ambientais por Satélites (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Mesmo fora do período típico de incêndios, os primeiros meses de 2024 testemunharam um aumento alarmante de 39% em relação ao mesmo período de 2020, que já era considerado o pior da história.
Desde janeiro de 2024, uma área duas vezes maior que o tamanho da cidade de São Paulo já foi consumida pelas chamas no Pantanal. Nos últimos dez dias, a destruição equivaleu a 59 mil campos de futebol. Os bombeiros estão lançando mão de todas as estratégias disponíveis, incluindo o uso de aviões para lançar água sobre as chamas, na tentativa desesperada de conter o avanço do fogo.
O tenente-coronel Fábio Pereira de Lima, do Corpo de Bombeiros de MS, relata a árdua batalha enfrentada pela equipe no terreno: “E a equipe lá, a guarnição de incêndio florestal lá embaixo, acaba por debelar completamente todo o incêndio. Principalmente para salvaguardar a população ribeirinha que se encontra diante de fumaça e fuligem por esse período crítico”. Os esforços dos bombeiros têm como objetivo não apenas controlar as chamas, mas também proteger as comunidades locais afetadas pela fumaça e fuligem resultantes desses incêndios descontrolados.
A polícia está investigando a origem do fogo, com a suspeita mais provável sendo incêndios criminosos. Em outro aspecto do bioma, o reflorestamento emergiu como um aprendizado crucial. “Daqui vai fornecer semente para o outro lado. A proteção nossa foi isso aqui, porque essa área é uma área específica para os animais. Tem vários bugios, onça, que a gente já viu que hoje andou no queimado, que saiu dessa área aqui. Esse espaço aqui que vai fornecer os alimentos até esse aqui voltar ao normal, que a gente sabe assim que vai ser muito difícil voltar”, diz Manoel Garcia da Silva, chefe da brigada Alto Pantanal/HP.