Um incêndio de grandes proporções consome uma das regiões mais isoladas e preservadas do Pantanal, a Barra do São Lourenço, que fica na divisa entre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. O PrevFogo, órgão vinculado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mobilizou uma equipe de 28 brigadistas para combater o fogo na região.
Pelas imagens é possível ver grandes áreas de cobertura vegetal em chamas e linhas de fogo que se espalham rapidamente pelo bioma. Conforme apurado 28 brigadistas do Prevfogo foram deslocados, na manhã desta segunda-feira (14), em direção à região da Barra do São Lourenço.
Nas últimas 48 horas, 97 focos de calor foram registrados em Mato Grosso do Sul. Do total, 94 são de Corumbá, que é conhecida como a capital do Pantanal e abriga a Barra do São Lourenço. Em Aparecida do Taboado, 3 pontos de calor seguem ativos.
Relatório dos bombeiros mostra atenção ao combate em três pontos em Mato Grosso do Sul:
Paraguai-Mirim: O foco de incêndio ainda está ativo na região próxima ao Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense, possivelmente causado por uma descarga atmosférica. Devido a dificuldades logísticas e climáticas, está sendo considerado o envio de tropas por via fluvial;
Paiaguás: Os focos de calor registrados nas adjacências das Fazendas Santa Mônica e São José do Brejo, permanecem ativos, via satélite. As guarnições que foram deslocadas para ambas as fazendas e as regiões seguem em monitoramento constante;
Aparecida do Taboado: Foi registrado um foco de calor entre a região de Aparecida do Taboado e Paranaíba. Uma equipe foi enviada ao local, onde identificou o incêndio e iniciou as operações de combate.
Com temperaturas máximas de 40°C no estado, as chuvas registradas nos dias 9 a 11 de outubro causaram um alívio significativo para a situação dos incêndios no Pantanal sul-mato-grossense. Brigadistas e bombeiros seguem em atenção ao combate no bioma.
A temporada de incêndios no Pantanal, que historicamente começa entre o fim de julho e o início de agosto, se antecipou em 2024 – em maio – devido à longa estiagem e às mudanças climáticas. Conforme apontam especialistas, o bioma enfrenta a pior temporada de fogo desde 1951.
O fogo consome o Pantanal há mais de quatro meses. Mais 2,4 milhões de hectares foram destruídos pelas chamas, o que deixa um rastro de devastação ambiental e morte de animais. Para se ter uma dimensão, a área completamente destruída representa 15,99% de todo o território pantaneiro no Brasil, segundo dados atualizados nesta segunda-feira (14), pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ).