Diferença entre vencedor e derrotado foi de apenas um voto
Marcos Morandi –
Além de enfrentar ameaças externas que atravessam décadas, a aldeia Limão Verde, cenário de constantes conflitos, vive um momento de divisão na comunidade. Marcada para eleger os novos capitães, as eleições estão gerando contestações e ao mesmo tempo criando instabilidade entre os moradores.
Os indígenas Delfino Borvão e Paulo Izidoro Nunes venceram disputa eleitoral do dia 3 de novembro por 251 votos contra 250 votos obtidos por Oldeir Pavão e Rosana Benites. A diferença de apenas um voto levou a disputa para um segundo turno, depois de protestos.
O novo pleito foi marcado às presas para o último domingo (17) e terminou novamente com a chapa de Delfino (2) em primeiro lugar, com 559 votos e a do adversário (5) com 548. Mais uma vez, o resultado segue em contestação.
“Mesmo com denuncias de irregularidades e fraudes em lista de votação, saímos na frente novamente, mas os adversários não aceitam a derrota. Já pedimos a intervenção da Funai e também do MPF para garantir o reconhecimento da nossa vitória”, explica Delfino.
O líder da Aldeia Limão Verde se considera duplamente vencedor e aguarda um reconhecimento da comunidade externa. “Agora estamos aguardando o pronunciamento do MPF e da Funai. Até lá, continua valendo o resultado primeiro turno”, complementa o capitão eleito.
Na eleição do dia 3 de novembro, cinco chapas estavam na disputa. O resultado ficou assim definido: Chapa 1, 178 votos; Chapa 2, 251 votos; chapa 3, 29 votos; chapa 4, 98 votos e chapa 5, 250 votos.
A reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) sobre os impasses no resultas das eleições, mas até o momento a regional não se pronunciou.