A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (22) a Operação Libertad, que tem como objetivo desarticular um grupo criminoso especializado no contrabando e tráfico de migrantes bolivianos para fábricas clandestinas de confecção em condições análogas à escravidão.
Segundo as investigações, os alvos estão nos municípios de Corumbá (MS), São Paulo (SP), Guarulhos (SP), Ribeirão das Neves (MG) e Belo Horizonte (MG).
APRF afirma que o grupo criminoso aliciava migrantes bolivianos por meio de redes sociais e rádios online, promovendo o contrabando e o tráfico de pessoas para trabalho em condições degradantes e com jornadas exaustivas.
Durante a operação, foram cumpridos 36 mandados de busca e apreensão e 16 medidas cautelares de proibição de deixar o Brasil, além de 26 suspensões de atividades econômicas.
Os crimes investigados incluem contrabando de migrantes, tráfico internacional de pessoas e trabalho análogo à escravidão. A operação foi batizada de “Libertad” como um símbolo da luta pela liberdade dos trabalhadores explorados, reafirmando o compromisso da Polícia Federal em combater a exploração humana e proteger os direitos fundamentais.
A operação conta com o apoio do Ministério Público do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego e da Defensoria Pública da União.
“Por fim, destaca-se o acordo histórico firmado em junho de 2024 entre os governos do Brasil e da Bolívia, para fortalecer o combate ao tráfico de pessoas, contrabando de migrantes e crimes conexos. Esse acordo reforça o compromisso mútuo de proteger migrantes vulneráveis e combater redes criminosas que exploram pessoas em situação de vulnerabilidade”, diz nota da Polícia Federal.
Fiscalização
A Polícia Rodoviária Federal tem monitorado o transporte ilegal de imigrantes em Mato Grosso do Sul.
Em fevereiro do ano passado, por exemplo, uma operação conjunta com a Polícia Federal e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANNT), apreendeu dois ônibus que transportavam irregularmente 52 pessoas de nacionalidade boliviana. Os veículos estavam em condições irregulares e os passageiros não tinham documentação legal para estar no País.
Em 2022, a Polícia Federal fez uma série de apreensões no estado, sendo quatro ônibus interceptados entre janeiro e março. No dia 8 de março daquele ano, foram apreendidos um ônibus, uma van, e dois veículos que eram usados pelos coiotes. Cerca de 40 imigrantes ilegais estavam nos veículos.
À época, foi divulgado que os imigrantes estavam saindo de uma chácara em Corumbá, e tinham São Paulo como destino.
Seis pessoas foram presas, sendo dois brasileiros e quatro bolivianos, que eram responsáveis pelo crime.
Conforme a PRF, a maioria das pessoas de nacionalidade estrangeira que viajam de forma ilegal são aliciadas na Bolívia, entram no País por Corumbá, e vão para São Paulo, onde trabalham na indústria têxtil.
Fonte: Correio do Estado