Pelo que a Secretaria de Estado de Educação (SED) chama de “Caminho Certo”, o rastreamento dos mais de 1,8 mil veículos de transporte escolares mostra que esses ônibus percorrem pouco mais de quatro voltas ao mundo por dia, para deslocar os alunos da rede pública de Mato Grosso do Sul que moram no interior até os colégios.
Conforme o coordenador de convênios da SED e responsável pelo programa, Alessandro Perassoli, são 1822 motoristas rodando por Mato Grosso do Sul, que performam 180 mil quilômetros rastreados por dia.
Na ponta do lápis, se a circunferência da Terra na Linha do Equador é uma volta de aproximadamente 40 mil quilômetros, os ônibus escolares de Mato Grosso do Sul percorrem 4,5 voltas ao mundo por dia para garantir o transporte seguro dos alunos da rede pública.
“O efeito mais prático é que fazemos o controle da velocidade e violação de rota. Qualquer coisa que acontece nas estradas, eu consigo comunicar muito rápido”, explica Alessandro, caso os ônibus sofram algum problema durante percurso.
Como funciona
Estudantes de áreas rurais de Mato Grosso do Sul, distante cerca de 15 km da escola, precisam antes das seis já embarcar no ônibus escolar para garantir a chegada para as aulas que começam às 07h.
É o caso dos três irmãos: Adryan, Lucas e Keren, estudantes da escola Estadual Antônio Valadares, que embarcam às 05h47 e 05h55 já estão chegando na casa de Almir, tudo cronometrado para que o bom andamento seja garantido e todos cheguem à tempo.
Os ônibus são necessários, já que entre suas casas e as escolas há pontes; plantações; animais e tudo mais que compõe a paisagem do campo, tudo monitorado pelo “Caminho Certo”.
Sendo o Programa Estadual de Monitoramento Virtual de Rotas de Veículos de Transporte Escolar da Rede Pública de Mato Grosso do Sul, essa tecnologia dá informações para motorista, pais e estudantes sobre a chegada ou qualquer intercorrência.
Esse aplicativo fica disponível para pais e alunos pelo MS Digital (para iPhone e aparelhos Android), sendo necessário cadastro vinculado ao número de matrícula, ou seja, o controle é feito pelo próprio estudante ou responsável.
Através dele é possível monitorar os pontos de paradas; registrar reclamações e acompanhar itinerários das linhas específicas de cada aluno de forma direta, aponta o Governo do Estado.
Controle garantido
Como no caminho pode haver pontes ou árvores caídas, o retrospecto de 2023 aponta para o registro de oito acidentes, sendo que apenas um aconteceu, até agora, neste 2024.
Pelo menos 19 mil estudantes da rede pública em Mato Grosso do Sul – de escolas municipais e estaduais -, são atendidos em 78 municípios, sendo Campo Grande a única que não aderiu ao programa de monitoramento “Caminho Certo”.
Perassoli confirma que a experiência tem sido modelo, com representantes de outros Estados, como o vizinho Mato Grosso, além de São Paulo; Paraná e Piauí, visitando para saber mais sobre o programa de atendimento de controle social, para também empregarem a tecnologia.
A mãe dos três irmãos, dona Eliane Muniz de Oliveira, explica que seria difícil caso ela mesmo tivesse que levar os filhos até a escola, e agradece o transporte que, segundo ela, “pega e deixa os filhos na porteira de casa”.
“Estou sempre atenta a informação do motorista, que ele disponibiliza, sobre o horário e se tem qualquer problema ou imprevisto, sou avisada. Mas nunca tivemos problemas, o ônibus sempre passa certinho”, conclui.
Fonte: Correio do Estado