O bicheiro Rogério de Andrade foi transferido do Rio de Janeiro para o presídio federal de Campo Grande nesta terça-feira (12). Sob forte esquema de segurança, o contraventor chegou às 15h, na Base Aérea da capital sul-mato-grossense.
Conhecido por ser o maior bicheiro do Rio de Janeiro e patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel, Rogério Andrade foi preso no fim do mês passado na Operação Último Ato. O contraventor é acusado de ser o mandante da morte do rival Fernando de Miranda Iggnácio, em 2020.
A operação coordenada pela PPF (Polícia Penal Federal) teve apoio da Polícia Penal do Rio de Janeiro e envolveu um rigoroso aparato de segurança em uma operação cuidadosamente planejada.
Cinco policias penais federais foram destacados para a missão. A inclusão do detento ocorreu na Penitenciária Federal em Campo Grande, onde passará pelo processo de adaptação.
Cela e adaptação
Após a transferência para a penitenciária federal, o Rogério vai ficar ao menos 20 dias em uma cela de inclusão, separada das celas definitivas.
As celas permitem que os policiais penais federais expliquem toda a nova rotina para o custodiado, além de realizar a entrega de documento impresso que contém todos os direitos e deveres do custodiado, kit com uniformes (bermuda e calça, camiseta e blusa de frio) e materiais de higiene pessoal (escova e pasta de dente, sabonete, desodorante e toalha).
Após, o bicheiro ficará encarcerado em uma cela individual, de aproximadamente 6m², com cama, banco, escrivaninha, prateleiras, vaso, pia e chuveiro. Ao longo dos anos preso, o bicheiro terá direto de banho de sol de duas horas diariamente, visita por três horas semanalmente e advogado por uma hora, podendo ser semanal.
A segurança no presídio federal é rigorosa. O nível de monitoramento nas unidades é considerado o mais alto possível. Os policiais penais federais fazem a fiscalização do local armados com fuzil e outras armas de grosso calibre.
Funcionários e possíveis visitas devem passar por quatro níveis de revistas. Os presos também passam pelo processo feito pessoalmente. Na prisão não tem televisão, jornais, revistas e muito menos acesso a celular. As únicas leituras permitidas na penitenciária federal são de livros, revistas, apostilas de cursos e conteúdos religiosos.
Rogério Andrade
Rogério Andrade é acusado de expandir negócios de jogos de azar e envolvido em várias operações policiais, havia retirado a tornozeleira eletrônica em abril deste ano após decisão do STF que extinguiu sua vigilância eletrônica, a qual se prolongou por 1 ano e meio.
A Operação Calígula, deflagrada em maio de 2022, destacou sua posição como líder de uma organização criminosa, incluindo outros envolvidos, como o ex-PM Ronnie Lessa e a delegada Adriana Belém.
A defesa de Belém nega qualquer acusação de participação em organização criminosa.