Inicialmente prevista para acabar nesta semana, a quarta onda de calor do ano deve durar até a próxima semana. De acordo com a Climatempo, as condições de temperaturas acima da média devem ser estender pelo menos até dia 10 de maio.
O Centro-Sul do país vem sendo o mais atingido pelas altas temperaturas. A previsão é que Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, sul de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, sul de Goiás e sul do Mato Grosso registrem temperaturas superiores a 5°C acima da média nos próximos dias.
O fenômeno, resultado da atuação de uma área de alta pressão, está impedindo que frentes frias avancem para o Sudeste e para o Centro-Oeste. Atuando desde o dia 22 de abril, a onda de calor tem mantido o ar seco e quente e elevado as temperaturas nessas regiões.
“O calor deve continuar porque as frentes frias seguem não conseguindo avançar pelo continente. Elas até passam, mas são desviadas para o oceano”, analisa a especialista em meteorologia, Maria Clara Sassaki.
No fim de semana, diversas capitais registraram máximas acima da média para a estação. No sábado (27), os termômetros bateram os 37,2°C. Já no Rio de Janeiro, a máxima liderou o ranking do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) de temperaturas mais altas do país no domingo (28), superando os 38°C.
Dois picos de calor
Com a ampliação do número de dias que o fenômeno deve durar, o país pode ter dois picos de calor neste período. Nos dias de ápice, as temperaturas podem ficar até 7°C acima da média em algumas regiões.
É o caso de Porto Alegre, por exemplo. A média de temperatura máxima para o mês na capital é de 26°C. Nos próximos dias, os termômetros podem marcar até 33°C. O mesmo acontece no Rio de Janeiro, que tem média de 27,8°C e pode registrar até 35°C.
Segundo a meteorologista Maria Clara Sassaki, o primeiro pico deve acontecer nesta semana e atingir de forma mais intensa o Sul e o Sudeste.
Já o segundo pico está previsto para o fim da próxima semana e deve abranger boa parte dos estados do Centro-Oeste e do Sul.
Como se forma uma onda de calor?
As ondas de calor precisam de dois principais fatores climáticos para a sua formação:
- Massas de ar quente e seco
- Bloqueios atmosféricos
Maria Clara Sassaki, especialista em meteorologia, explica que esse fenômeno ocorre quando as massas de ar quente e seco ganham força ao encontrar um bloqueio atmosférico. Os bloqueios atmosféricos são um tipo de circulação de ventos no alto da atmosfera que impedem o avanço das frentes frias.
Nesse cenário, as frentes frias se formam, tentam avançar, mas encontram um bloqueio, o que as leva diretamente para o oceano. Assim, a massa de ar quente no continente vai ficando cada vez mais forte, gerando uma onda de calor.