A onça-pintada Miranda, resgatada no Pantanal de Mato Grosso do Sul, deu um primeiro sinal positivo de recuperação ao esturrar logo após chegar ao Hospital Veterinário Ayty, em Campo Grande. O animal, que foi encontrado preso em uma manilha em uma fazenda no município de Miranda, está recebendo tratamento especializado para queimaduras nas quatro patas, incluindo o uso de pomadas especiais e ozonioterapia.
Com apenas dois anos de idade, a onça recebeu o nome Miranda em homenagem ao município pantaneiro onde foi avistada e resgatada. Toda a operação somou praticamente 26 horas de trabalho, começando às 12h50 de quarta-feira (14), com os primeiros atendimentos ocorrendo às 9h46 de quinta-feira (15) ainda no Pantanal. “É uma emoção, assim, como todo animal também é importante para a fauna. Mas a onça-pintada dá uma emoção pela agressividade, medo e adrenalina”, disse Jordana Toqueto, médica veterinária do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), que faz o acompanhamento da situação do felino. O esturro da onça arrancou comemorações das equipes de biólogos e veterinários envolvidos no resgate e tratamento.
A coordenadora operacional do Gretap (Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal), Paula Helena Santa Rita, ressaltou a importância da estrutura do Hospital Veterinário Ayty, inaugurado no ano passado, para a recuperação do felino. “Aparentemente ela está bem melhor do que as onças capturadas em 2020, com queimaduras mais brandas do que a Jout Jout. Precisamos aguardar os próximos exames”, explicou. “Fomos acionados e organizamos toda a operação para fazer o resgate e o transporte dela, com o apoio do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) e da PMA (Polícia Militar Ambiental). Ela estava em uma manilha, conseguimos sedá-la e fazer os primeiros atendimentos. Durante todo o trajeto, monitoramos ela, inclusive para conforto da temperatura, com gelo”, acrescentou Paula.
De acordo com a coordenadora do CRAS, Aline Duarte, “tudo o que for necessário para que essa onça possa estar preparada para uma posterior soltura” será feito, incluindo o tratamento com pomadas especiais para curar queimaduras em animais, além do ozônio. “Durante a captura já foi identificado que ela está com as patas queimadas. Então agora a gente começa o procedimento de tratamento do animal, além dos demais exames”, explicou Aline.
O resgate de Miranda faz parte da Operação Pantanal 2024, que visa a preservação da fauna e flora do bioma. A captura e reabilitação de Miranda são vistas como de extrema importância para a biodiversidade, uma vez que se trata de uma fêmea jovem com potencial para contribuir com futuros filhotes. “A gente pensa nos futuros filhotes, na manutenção da biodiversidade da espécie. É uma fêmea jovem que pode auxiliar a reintroduzir outras onças, dar continuidade na espécie. As onças são especialistas, investem energia para manter os filhotes. Ao longo da vida ela pode ter de 8 a 10 filhos”, revelou Paula.
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