A Organização Mundial da Saúde (OMS) reiterou esta terça-feira “muita preocupação” sobre a possibilidade de uma epidemia na Faixa de Gaza, especialmente depois de ter isolado o poliovírus tipo 2 (poliomielite) em amostras de águas residuais.
“Estou muito preocupado. Estou extremamente preocupado e não é só a poliomielite. Pode haver outras epidemias de doenças transmissíveis”, disse Ayadil Saparbekov, chefe da equipa da OMS para as emergências de saúde nos territórios palestinianos.
“A hepatite A foi confirmada no ano passado e agora podemos ter poliomielite, sendo que até 14 mil pessoas (de Gaza) podem precisar de assistência médica”, disse numa conferência de imprensa.
Ao mesmo tempo, a OMS e parceiros da organização estão a avaliar a extensão da propagação do poliovírus. Saparbekov espera que as recomendações possam ser publicadas domingo, mas “dadas as atuais limitações em termos de higiene e saneamento da água em Gaza, vai ser muito difícil para a população seguir o conselho de lavar as mãos e beber água fervida”.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada em 7 de Outubro do ano passado por um ataque sem precedentes, levado a cabo por comandos do Hamas infiltrados no sul de Israel, que causou a morte de 1.197 pessoas, na maioria civis, segundo uma contagem da France Presse baseada em dados oficiais israelitas.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva aérea e terrestre de grande escala contra Gaza, que resultou em mais de 39 mil mortes, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do governo de Gaza, dirigido pelo Hamas.