O mercado da soja viu uma reação pontual após a divulgação do relatório de novembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que apresentou números de produção e estoques abaixo do esperado.
Segundo a Safras & Mercadoos fundamentos baixistas prevaleceram ao longo da semana, com a ampla oferta norte-americana, o bom desenvolvimento das lavouras no Brasil e os temores de uma demanda menor por óleo pressionando as cotações.
Relatório do USDA
O relatório do USDA, divulgado no dia 8 de novembro, apontou uma produção de soja para a safra 2024/25 nos Estados Unidos de 4,461 bilhões de bushels (121,4 milhões de toneladas), abaixo das expectativas do mercado, que aguardava 4,553 bilhões de bushels (123,9 milhões de toneladas). Esse número gerou uma reação inicial positiva, mas os preços não mantiveram o movimento de alta. A produtividade foi revista para 51,7 bushels por acre, também abaixo da projeção anterior de 53,1 bushels.
Os estoques finais de soja nos EUA para a temporada 2024/25 foram estimados em 470 milhões de bushels (12,8 milhões de toneladas), um recuo em relação ao esperado pelo mercado, que apontava para 535 milhões de bushels (14,56 milhões de toneladas). Apesar dessa redução nos estoques, a previsão de exportações foi ajustada para baixo, de 1,850 bilhão para 1,825 bilhão de bushels, o que indicou uma perspectiva de demanda menos robusta no médio prazo.
Além disso, o mercado acompanha com atenção os desdobramentos sobre o biodiesel nos EUA. Há crescente preocupação de que o governo Trump não implemente políticas de apoio à produção de biodiesel, o que tem levado o mercado a precificar uma demanda menor por óleo de soja.
Brasil, Argentina e China
No Brasil, a semana foi marcada por poucos negócios e as cotações sentiram o impacto das perdas em Chicago. O câmbio, no entanto, ajudou a compensar parcialmente a pressão externa, com o dólar mantendo-se na faixa dos R$ 5,80.
A produção de soja no Brasil foi mantida pelo USDA em 153 milhões de toneladas para a safra 2023/24 e em 169 milhões de toneladas para a temporada 2024/25. Para a Argentina, as estimativas também permaneceram estáveis, com uma leve revisão para cima na safra 2023/24, que agora é projetada em 48,21 milhões de toneladas.
Já as importações chinesas de soja para a temporada 2023/24 foram mantidas em 112 milhões de toneladas, com a previsão para 2024/25 em 109 milhões de toneladas.