O número de pessoas forçadas a deixar suas casas no mundo todo atingiu um novo recorde em 2024. Segundo relatório divulgado na sexta-feira (13) pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), cerca de 123,2 milhões de indivíduos foram deslocados por conta de conflitos armados, perseguições, crises humanitárias e violações de direitos humanos, um aumento de 7 milhões em relação a 2023.
Isso significa que, atualmente, uma em cada 67 pessoas no planeta vive em condição de deslocamento forçado. O relatório “Tendências Globais: Deslocamento Forçado em 2024” mostra que as maiores crises continuam concentradas em poucos países. Juntas, Sudão (14,3 milhões), Síria (13,5 milhões), Afeganistão (10,3 milhões) e Ucrânia (8,8 milhões) respondem por mais de um terço do total global.
A grande maioria dessas pessoas encontra abrigo em países com menos recursos: 73% dos refugiados e solicitantes de proteção internacional vivem em nações de baixa ou média renda. Entre os países que mais recebem refugiados, os menos desenvolvidos abrigam 23% do total. A proximidade geográfica também pesa: 67% dos deslocados permanecem em países vizinhos.
Em termos proporcionais à população, o Líbano é o país mais impactado, com um refugiado para cada oito habitantes. Aruba (1 em 9), Chade e Curaçao (1 em 16), e Jordânia (1 em 18) também figuram entre os países mais pressionados pela chegada de refugiados.
Na outra ponta, os Estados Unidos lideraram o número de novos pedidos individuais de refúgio em 2024, com 729,1 mil solicitações. Em seguida aparecem Egito (433,9 mil), Alemanha (229,8 mil), Canadá (174 mil) e Espanha (167,4 mil).
O relatório também destaca um dado alarmante: 40% dos deslocados são crianças, evidenciando o impacto profundo e duradouro das crises humanitárias nas populações mais vulneráveis.
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