Tentativa de tirar tucano da disputa indica que o crescimento nas pesquisas incomoda a concorrência
Uma tentativa de dois partidos – o PSDC e o Psol – de impugnar a candidatura de Beto Pereira (PSDB) à Prefeitura de Campo Grande está sendo recebida com ceticismo por lideranças e assessores de campanha, inclusive nos “QG’s” adversários. O crescimento das intenções de voto para o tucano, aferido pelas amostragens de opinião pública mais recentes, é um indicador consistente do impacto que os números causam na concorrência.
O Tribunal de Justiça tinha decidido não conceder liminar ao pedido do PSDB, para tornar sem efeito a lista do Tribunal de Contas (TCE) que incluiu Beto entre os atingidos pela Lei 135/2010 (Lei da Ficha Limpa). No dia seguinte à decisão, o PSDC e o Psol ingressaram com recurso propondo o indeferimento do registro de Beto, considerando que ele, quando prefeito de Terenos, teve suas contas reprovadas.
ESTRANHEZA
Estranhamente, a lista foi elaborada e publicada por iniciativa do conselheiro e presidente do TCE, Jerson Domingos. De 1995 a 2014, em cinco mandatos, ele era deputado estadual e figura proeminente do PMDB, presidindo por quatro vezes a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Só saiu do trono em 2015, para ocupar a vaga de conselheiro do TCE.
Por incrível coincidência, há cerca de um mês, e exatamente após o ex-governador André Puccinelli (MDB) abdicar de sua pré-candidatura a prefeito, algumas leituras sobre a transferência de votos na disputa local começaram a inferir que a maior parte dos eleitores do emedebista passou a migrar para a candidata do União Brasil, Rose Modesto. Seria uma reação da fração do MDB que não quis acompanhar o embarque de Puccinelli no palanque dos tucanos.
Acima de tais suposições, a aptidão legal de Beto para candidatar-se é clara e inequívoca. Quando o TCE rejeita contas de qualquer gestor, sua decisão é submetida à apreciação da Câmara Municipal. São os vereadores que votam e decidem, em deliberação conclusiva, pela impugnação ou não das contas. O gestor só é impugnado se o Legislativo confirmar o despacho do Tribunal. Não foi o que ocorreu com Beto, cuja prestação de contas teve a aprovação da Câmara.
DIREITOS INTACTOS
Com a habilitação política e jurídica de Beto, sua coligação, “Juntos pela Mudança”, formada por nove partidos, destacou em nota à imprensa que sua candidatura será deferida pela Justiça. Esses partidos destacam que o candidato “preenche objetivamente todos os requisitos legais” e também revelam indignação com o conselheiro Jerson Domingos, por ter ignorado liminares de acolhimento e incluído o nome de Beto por três vezes na lista de gestores com contas reprovadas.
Dirigentes e lideranças da coligação pró-Beto Pereira sustentam, com veemência, que não existe qualquer sentido ou motivação jurídica real para lastrear tanto a lista elaborada no TCE como o pedido de impugnação. Para o ex-governador e presidente regional do PSDB, Reinaldo Azambuja, o que está havendo é simples de explicar: o crescimento progressivo do candidato está incomodando, sobremaneira, a concorrência.
“Estas tentativas, embora sem respaldo algum, nos fortalece, porque indicam a força e a musculatura da nossa chapa e o envolvimento cada vez maior da população, que vai crescer mais durante a campanha”, salientou o líder social-democrata.
VERSÕES TENDENCIOSAS
Eis, na íntegra, a Nota da Coligação Juntos Pela Mudança:
“Os Partidos Políticos que compõem a Coligação ‘Juntos pela Mudança’ não se surpreenderam com os pedidos de impugnações contra o Registro da Candidatura a Prefeito de Campo Grande de Beto Pereira, pelo fato de que já era anunciada tal conduta face às massificadas matérias jornalísticas tendenciosas a respeito do tema trazido pelo Presidente do TCE, quando inovou na publicação de listagens de processos de sua competência.
Beto Pereira fará sua defesa técnica no prazo legal e, na inequívoca certeza de que preenche objetivamente todos os requisitos legais para concorrer ao pleito eleitoral de 2024, certamente terá seu registro deferido pelo Órgão competente para julgamento, que é a Justiça Eleitoral de MS, sendo importante destacar que o Ministério Público já se manifestou no sentido de que o processo do DRAP está regular e não impugnou o Registro de Candidatura.
As impugnações contra o Registro de Beto Pereira não procedem e ele não possui nenhuma causa de inelegibilidade, ao contrário, detém todos os requisitos objetivos para concorrer e as qualidades necessárias e esperadas para bem gerir o município de Campo Grande, agregando em torno de seu nome diversos partidos, líderes, um time qualificado de candidatos a vereadores e apoiadores de diversos segmentos da sociedade que certamente farão esse projeto vitorioso.
Continuaremos firmes com o propósito de ouvir as pessoas, debater ideias, apresentar soluções para a nossa cidade e promover a verdadeira mudança que Campo Grande precisa”.