Rafael de Souza Carrelo foi condenado a 5 anos de prisão por matar a namorada Mariana Vitória Vieira de Lima atropelada na Rua Dr. Paulo Coelho Machado, em Campo Grande, em maio de 2021. Mariana estava em cima do capô do veículo quando houve a colisão com um poste próximo ao shopping, que fica na Avenida Afonso Pena.
O jovem foi julgado na manhã desta terça-feira (7) no Tribunal do Júri. O Conselho de Sentença condenou Rafael por homicídio culposo na direção de veículo automotor, previsto no art. 306 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro), parágrafo 3º, “se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência”.
E ainda, o júri absolveu Rafael em relação ao crime previsto no art. 306 do CTB, de embriaguez ao volante.
Portanto, foi aplicada a pena de 5 anos de prisão em regime inicial semiaberto e suspensão da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) pelo mesmo período.
Júri popular
Durante o julgamento na manhã desta terça-feira (7), a defesa de Rafael, representada pelo advogado Marlon Ricardo Lima Chave, alegou culpa consciente na ‘brincadeira’ que matou Mariana na madrugada do dia 15 de maio.
Para o promotor José Arturo Iunes Bobadilla Garcia, Rafael assumiu o risco de matar a namorada por três motivos: estar embriagado, transitar em velocidade acima da via e levá-la no capô do Etios.
Isso o promotor chama de “dolo eventual”. “No dolo eventual, você prevê o resultado e assume o risco desse resultado”, explica.
Naquela madrugada, Mariana teria dito que queria comer no retorno para casa, já que estava com fome e, por isso, foram em direção a uma lanchonete.
No entanto, Rafael diz que no meio do caminho decidiram fazer a brincadeira de subir no capô, quando aconteceu o acidente e Mariana morreu. “Não tive a intenção de causar a morte dela”.
Questionado sobre como passou todos esses anos depois do crime, pelo qual respondeu em liberdade, apenas afirmou que “a vida seguiu, né?”
Atropelamento
O acidente que matou Mariana ocorreu na madrugada do dia 15 de maio de 2021. Rafael dirigia o veículo, um Toyota Etios, pela Avenida Afonso Pena, com a namorada no capô. Em relato dele, tudo não se passou de uma brincadeira. Disse, inclusive, que chegou a ir para o capô enquanto Mariana dirigia momentos antes do fatídico acidente.
O promotor, inclusive, chegou a mostrar três vídeos que mostram ambos no capô, em momentos diferentes. No primeiro, é possível ver Mariana assumindo a direção. No segundo, a jovem dirigindo, em velocidade compatível com a via, com o namorado no capô. E no terceiro, vê-se Rafael com a namorada no capô.
Quando Rafael adentrou a Avenida Arquiteto Rubens Gil de Camilo, a antiga Via Park, perdeu o controle do carro, que estava a 95 km/h. Ele, então, bateu o carro no meio-fio, depois em uma árvore e, então, em um poste de energia elétrica. O carro parou a 40 metros do local.
Mariana Vitória estava no capô do veículo e foi arremessada. A jovem teve fraturas na coluna cervical, bacia e quadril direitos, bem como na parte superior do fêmur. Rafael conta que tentou socorrê-la até hospital, mas foi impedido por populares, que acionaram a ambulância.