No coração do Pantanal sul-mato-grossense, o combate aos incêndios tem ganhado protagonismo feminino. Em meio a uma das maiores secas dos últimos 70 anos, as operações de combate contam com a presença essencial de mulheres que, movidas pelo amor ao bioma, arriscam suas vidas para preservar um dos ecossistemas mais ricos e delicados do mundo.
Desde abril, 1170 homens e mulheres se revezam dia e noite para conter o avanço das chamas. Desse total, 714 pertencem ao Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul. Equipados com 18 aeronaves, 7 caminhões de combate a incêndio, 6 embarcações e 55 caminhonetes, essas equipes enfrentam as chamas com coragem e determinação.
Entre essas heroínas está a Tenente Letícia Solano, engenheira ambiental que se tornou bombeira em 2018. Letícia, que se considera “pantaneira de coração” após anos de trabalho em Corumbá, viu-se rapidamente envolvida no combate direto aos incêndios, apesar de inicialmente acreditar que seu papel seria mais técnico. “Foi muito desafiador e muito aprendizado”, relata ela, após 15 dias de combate ininterrupto.
A Sargento Katiane Mercado Alves, comandante de uma das guarnições no Pantanal, também se destaca. Com 14 anos de carreira, Katiane é voluntária nas missões de combate aos incêndios desde 2020. Motivada pelo amor ao Mato Grosso do Sul e ao patrimônio natural, ela afirma: “A necessidade de apagar aquilo o quanto antes é o que move a gente”.
A missão aérea também conta com a competência feminina. A Sargento Monalisa Alves Tabaco, mecânica de voo do KC-390 da Força Aérea Brasileira, desempenha um papel crucial na operação das aeronaves que lançam água sobre as áreas atingidas. “É muito gratificante poder ajudar no combate nesses períodos”, diz Monalisa.
Estas mulheres, com diferentes histórias e especializações, têm em comum a coragem e o comprometimento com a preservação do Pantanal, enfrentando o fogo com determinação e espírito de equipe.
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