Quem conviveu com Katiane Constante Pacheco, 35 anos, conheceu o lado guerreira e trabalhadora dela. A mulher morreu na manhã desta quarta-feira (28), após não resistir aos ferimentos causados pelas queimaduras que sofreu, quando ateou fogo no próprio corpo, na noite do último domingo (25), em Nova Alvorada do Sul – a 120 quilômetros de Campo Grande.
Em mensagens deixadas pelos amigos e conhecidos, Katiane é reconhecida pelas qualidades. “Deus conforte o coração da família, uma mulher guerreira e companheira de trabalho, vá em paz”, escreveu uma colega.
Teve quem desejasse força aos dois filhos deixados por ela. “Que Deus dê força aos filhos dela para enfrentar esse momento”, acrescentou outra.
O caso
Conforme o boletim de ocorrência, a vítima teria jogado álcool sobre o próprio corpo e, em seguida, ateado fogo com um isqueiro. Aos bombeiros, ela confirmou ter cometido o ato sozinha, negando envolvimento do marido.
A motivação, segundo relato feito ao marido e registrado pelas autoridades, teria sido uma “prova de amor”. No hospital, os policiais conversaram com o companheiro da vítima, de 36 anos. Ele informou que estava em casa no momento do ocorrido e que tentou socorrê-la imediatamente.
Disse ainda que, após ver o corpo da mulher em chamas, tentou apagar o fogo com as próprias mãos e, na sequência, a jogou em uma caixa d’água para conter as chamas. Durante o socorro, o homem também se feriu e sofreu queimaduras no braço direito.
A filha da vítima, uma adolescente de 16 anos, também foi ouvida, segundo o site local Alvorada Informa. Ela contou que estava deitada em seu quarto quando ouviu gritos do padrasto, pedindo socorro e orientando que ligasse para a emergência.
Segundo a jovem, ela presenciou o momento em que o homem tentava apagar o fogo, ao mesmo tempo, em que perguntava: “Por que você foi fazer isso?”. A menor acionou o Corpo de Bombeiros, que prestou os primeiros atendimentos.