Uma mulher procurou a delegacia de Campo Grande para denunciar que a irmã, que vive em um abrigo na Capital, pode ter sofrido maus-tratos. A vítima se encontra grave e entubada no Hospital Regional.
Além disso, ela estaria com manchas pelo corpo e nos pés.
Segundo relato da irmã à polícia, a vítima estava em um abrigo na Vila Planalto, onde ficou por quatro meses. O local era precário, tinha comida racionada e a irmã disse que era barrada sempre que iria visitar a irmã, conseguindo depois de muita insistência.
Certo dia, o abrigo, sem aviso e autorização, teria transferido a vítima para outro abrigo, no bairro Giocondo Orsi.
A mulher então foi ao local em junho deste ano para visitar a irmã. A funcionária que a atendeu pegou as sacolas com comida e disse, de forma rude, que não iria dar naquele momento.
No mês seguinte, ela foi avisada que a vítima foi levada para o hospital com problema respiratório. No hospital a irmã foi informada que a vítima poderia ter inalado ou aspirado alguma coisa.
Dia 14 de setembro, durante visita no abrigo, informou que a irmã estava acamada, não andava mais e estava com manchas no pé. Ela teria avisado o gerente do local sobre a situação.
Na última sexta-feira (20) a mulher ligou novamente para fazer uma nova visita e foi avisada de que a vítima estava na UPA Coronel Antonino com problemas respiratórios. A irmã não chegou a visitá-la, mas disse que o gerente passava as informações.
Já na segunda-feira (23), a vítima teria piorado e foi levada para o Hospital Regional, em estado grave, onde permanece entubada na área vermelha.
No registro de ocorrência consta outra situação da mesma família em novembro de 2023. Na época, o boletim de ocorrência foi registrado por duas funcionárias do Caps (Centro de Atenção Psicossocial), onde afirmavam que a vítima estava na unidade com crises e bastante agressiva por estar sem a medicação de uso contínuo.
Elas contaram que a vítima é portadora de esquizofrenia e que, em junho de 2023, foi transferida para um hospital para fazer tratamento, onde ficou internada até outubro do ano passado. O hospital teria avisado a irmã da vítima sobre a alta médica e ela teria ido visitar a irmã 10 dias depois, mas se recusou a levar a vítima para casa.
Vinte e dois dias depois, as funcionárias do Caps foram orientadas a buscar a vítima no hospital. Depois seguiram para a casa da irmã, onde ela mais uma vez se recusou a ficar com a irmã, afirmando que ela ainda necessita de cuidados médicos. As funcionárias disseram ainda que a mulher é responsável por receber o benefício da vítima.
Outra irmã também não se comprometeu a ficar com a vítima.