Mato Grosso do Sul tem cerca de 2.400 quilômetros de ferrovias administradas pela Rumo Logística, companhia que detém cerca de 14 mil quilômetros de malha ferroviária no país. No entanto, auditoria realizada pelo TCU (Tribunal de Contas da União) identificou que o transporte ferroviário está subutilizado no Brasil, inclusive em MS.
A ferrovia RMO (Rumo Malha Oeste) tem 1.970 quilômetros que cortam Mato Grosso do Sul, ligando o estado de São Paulo ao território sul-mato-grossense por uma linha que vai até Corumbá, e outra ramificação que vai até Ponta Porã.
Já a ferrovia RMN (Rumo Malha Norte) tem 741 quilômetros. Ela entra em MS pela cidade de Aparecida do Taboado a partir do município de Rubineia (SP), e segue até Mato Grosso, no Terminal de Rondonópolis.
Considerando essas duas malhas, o estudo utilizou dados da ANTT e identificou o cenário descrito abaixo em relação ao fluxo de trens no ano de 2022.
Veja como está o uso das ferrovias em Mato Grosso do Sul
Ou seja, são 1.900 quilômetros subutilizados, com baixo, baixíssimo ou nenhum fluxo de trens. Desses, 646 km não apresentam nenhum tráfego nas linhas férreas.
Nesse caso, 64,5% da malha apresenta fluxo médio e 35,5% registra fluxo alto. Ou seja, nesse trecho circulam de 6 a até mais de 10 pares de trens por dia.
É na malha norte que está o maior terminal de grãos da América Latina, o Terminal Rondonópolis.
Revitalização
O Governo Federal estuda obrigar que concessionárias responsáveis pelas ferrovias brasileiras tenham que indenizar os cofres públicos para que possam renovar seus contratos com a União. A informação é da Folha de S. Paulo.
Nas próximas semanas a ANTT, que fiscaliza essas concessionárias, deve concluir um relatório que detalha como isso deverá acontecer. Com isso, o Ministério dos Transportes deve divulgar em breve como se dará o processo de retomada dos trechos.
De acordo com técnicos do governo, essas indenizações podem gerar cerca de R$ 20 bilhões aos cofres públicos, dinheiro que deverá ser reinvestido no setor ferroviário, conforme o governo.
Ainda segundo a Folha, as concessionárias consideram a alternativa favorável, já que sairia mais caro construir ferrovias novas. Hoje, para cada quilômetro de trilho construído do zero, as estimativas de custo oscilam entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões.
Já cada quilômetro de ferrovia inutilizada atualmente, a indenização média seria de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões, com possíveis variações, dependendo da complexidade de cada caso.
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