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MS registra três casos de ferrugem asiática em menos de uma semana

Entre os dias 16 e 20, Mato Grosso do Sul registrou os três primeiros casos de ferrugem asiática em lavouras de soja, nos municípios de Bonito, Maracaju e Naviraí. Na safra 2022/2023, o Estado registrou 57 ocorrências.

No ciclo da soja 2023/2024, o avanço da doença foi contido, com 35 casos. Se não controlada, a ferrugem asiática pode causar prejuízos de 10% a 90% na produtividade do grão.

As informações são do Consórcio Antiferrugem, uma parceria público-privada para o combate à ferrugem asiática da soja, liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Em MS, a área plantada com soja, conforme o Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (Siga-MS), é de 4,501 milhões de hectares.

Até agora, a doença foi registrada em seis unidades da Federação – Minas Gerais (três casos), Mato Grosso do Sul (3), Paraná (49), Rio Grande do Sul (11), Santa Catarina (3) e São Paulo (3) –, totalizando 73 ocorrências.

As três ocorrências sul-mato-grossenses foram confirmadas pela Fundação MS. O Estado tem 12 laboratórios aptos a identificar a doença, espalhados por Naviraí, São Gabriel do Oeste, Chapadão do Sul, Maracaju e Dourados e pela Capital.

O fungo se dispersa pelo ar, e o vizinho Paraná tem registrado altos índices de contaminação das lavouras de soja pela ferrugem asiática. Na safra 2022/2023, o estado paranaense detectou 83 casos, enquanto no ciclo 2023/2024 o número subiu para 128 – agora, já são 49 focos identificados.

DOENÇA

Desde 2001, quando a doença se instalou no País – especificamente no Paraná –, a ferrugem asiática continua a ser uma das maiores preocupações para os sojicultores.

Segundo nota técnica emitida pela Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) no ano passado, nas diversas regiões geográficas onde a praga foi relatada em níveis epidêmicos, os danos variaram de 10% a 90% da produção. Por ser causada por pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, a ferrugem asiática depende da combinação de temperaturas e umidade constantes para se desenvolver.

De acordo com a Embrapa, os sintomas podem ocorrer em qualquer estágio de desenvolvimento da planta. O ciclo de contaminação de uma lavoura pela doença geralmente começa pela contaminação de esporos trazidos pelo vento de uma área vizinha, com a disseminação dos esporos produzidos nas plantas que serviram como hospedeiras durante a entressafra.

Se houver condições ideais de temperatura, em cinco dias é possível ver os primeiros sintomas. São pontos escurecidos de 1 mm a 2 mm de diâmetro que podem ser observados olhando a folha contra um fundo claro ou com uma lupa de 20 a 30 vezes de aumento.

Segundo informações do Consórcio Antiferrugem, os sintomas causados pelo Phakopsora pachyrhizi se iniciam nas folhas inferiores da planta e são caracterizados por minúsculos pontos mais escuros que o tecido sadio da folha, com coloração esverdeada a cinza-esverdeada.

A CURA

O vazio sanitário tem sido a estratégica mais eficaz para combater a doença. É um período contínuo, de no mínimo 90 dias, em que não pode plantar nem manter vivas plantas de soja em qualquer fase de desenvolvimento na área determinada. Em Mato Grosso do Sul, o último vazio ocorreu entre 15 de junho e 15 de setembro do ano passado.

O Consórcio Antiferrugem orienta que a aplicação do fungicida deve ser feita após os sintomas iniciais da doença na lavoura ou na região ou de forma preventiva.

A decisão sobre o momento de aplicação deve ser técnica, levando em conta os fatores necessários para o aparecimento da ferrugem (presença do fungo na região, idade das plantas e condição climática favorável), a logística de aplicação (disponibilidade de equipamentos e tamanho da propriedade), a presença de outras doenças e o custo do controle.

O atraso na aplicação, após constatados os sintomas iniciais, pode acarretar a redução de produtividade, caso as condições climáticas favoreçam o progresso da doença. O número e a necessidade de reaplicações vão ser determinados pelo estágio em que for identificada a doença na lavoura e pelo período residual dos produtos.

SAFRA

Conforme adiantou o Correio do Estadoa situação da safra de soja 2024/2025 tem preocupado os produtores rurais. Além da ocorrência da ferrugem asiática, a falta de chuvas regulares já resulta em perdas de até 70%.

De acordo com o Siga-MS, executado pela Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), cerca de 1,7 milhão de hectares de soja estão afetados pelo estresse hídrico no Estado, o que representa 38% da área total.

A baixa precipitação impactou principalmente os municípios da região sul de MS, com cerca de 30 cidade abaixo da produtividade média estadual estimada.

“Analisando a estiagem na região sul, observamos 30 dias de seca moderada, com poucas chuvas, variando entre 1,4 mm e 66,6 mm, e também 10 dias de seca severa, sem precipitações. As lavouras mais atingidas são aquelas implantadas entre setembro e meados de outubro. Em dezembro (de 2024), essas lavouras iniciaram o período de enchimento de grãos e, agora, neste mês, estão no período de maturação e colheita”, relata Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja-MS.

Ainda conforme o relatório, no dia 17, aproximadamente 55% das lavouras estavam nos estágios fenológicos mais críticos – as quais foram divididas em 23% na fase de enchimento de grãos, 29% com grãos cheios e 3% no início da maturação –, com grande parte na região sul, que costuma plantar antecipadamente.

“Foi registrada chuva com bons acumulados na região sul do Estado, entre os dias 18 e 20, onde serão observados resultados nas próximas semanas. No entanto, é necessário que as chuvas voltem a ser frequentes para continuar a manutenção do desenvolvimento da soja”, trouxe a Aprosoja-MS.

Na classificação das lavouras, o boletim apontou que 61,6% do total semeado é considerado em boas condições, enquanto 18,1% está ruim e 20,3% das áreas estão regulares.

*Colaborou Súzan Benites

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CORREIO DO ESTADO

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