Incêndios devastam o Agro Brasileiro, causando prejuízos bilionários
Uma onda de incêndios sem precedentes devastou vastas áreas do território nacional nos últimos meses, causando um prejuízo estimado em R$ 14,7 bilhões à agropecuária brasileira. De acordo com levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), 2,8 milhões de hectares de propriedades rurais foram consumidos pelas chamas, com impactos significativos na produção e na economia do setor.
Mato Grosso do Sul foi um dos estados mais afetados pelos incêndios, com um prejuízo estimado em R$ 1,4 bilhão. A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) estima que mais de 1 milhão de hectares do Pantanal foram atingidos pelo fogo, afetando diretamente 520 propriedades. Outros estados como São Paulo, Mato Grosso e Pará também sofreram perdas significativas.
A CNA utilizou dados de diversas fontes, como o Mapbiomas e o INPE, para estimar as áreas queimadas e os prejuízos causados. Os cálculos consideraram a perda de produtividade em diversas culturas, como a cana-de-açúcar, além dos danos a pastagens, cercas e a degradação do solo.
Perda da matéria orgânica: utilizou-se como metodologia e valor de referência os dados do Sindicato de Nacional dos Peritos Federais Agrários (SINDFPA) de 2019, atualizados para valores atuais com base em dados do Campo Futuro/CNA. Calculou-se os valores para todas as culturas com áreas queimadas.
Perda na cana: utilizou-se como premissa o aproveitamento de 50% da cana queimada a preços do Consecana, CONAB e Campo Futuro (CNA-Pecege/Esalq/USP).
Perda na pecuária: utilizou-se como premissa o período de 150 dias que corresponde da queima a recuperação básica dos pastos, a produtividade média em arrobas produzidas por hectare e preços médios cotados pelo Cepea-Esalq/USP. Não foram considerados prejuízos relacionados a reprodução das matrizes nem morte de animais.
Perda de cercas: utilizou-se como premissa o perímetro queimado das áreas do INPE em sobreposição com as áreas identificadas como pastagem pelo LAPIG e das áreas privadas do SIGEF. O valor da cerca foi estimado com dados do Campo Futuro – (CNACepea/Esalq/USP).