A convite da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados, o Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul participará, nesta sexta-feira (12), do Seminário Regional de Combate ao Racismo Religioso nas Matrizes Afro-brasileiras e Indígenas, que será realizado, a partir das 18h30, no auditório da Câmara Municipal de Dourados (MS). O evento é aberto a toda comunidade e contará com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube da Casa de Leis.
Além da promoção do debate acerca do tema, um dos objetivos é a conscientização das forças de segurança pública com relação à atuação perante os povos de terreiros locais. Para alcançar tal propósito, o procurador Marco Antonio Delfino de Almeida, que representará o MPF na mesa de discussões, encaminhou um ofício às Polícias Militar e Civil, bem como à Guarda Municipal de Dourados, convidando-as a participarem do evento.
No documento, o procurador narra a alarmante onda de agressões e vandalismo contra terreiros e casas de reza, revelando um padrão de intolerância e perseguição religiosa, e que o encontro visa fomentar as políticas públicas para os Povos de Comunidades Tradicionais Afro-brasileiras e Indígenas de Mato Grosso do Sul, além de fortalecer a luta desses povos pela cultura e pelo direito aos cultos tradicionais.
‘O racismo religioso é uma grave violação dos direitos humanos que atinge as comunidades de matrizes afro-brasileiras e indígenas em todo o Brasil. Esses grupos sofrem ataques sistemáticos e violentos que visam apagar suas tradições, práticas e espaços sagrados. A presença da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Guarda Municipal de Dourados é de fundamental importância para enriquecer o debate’, ressalta Delfino no ofício.
Ataques e violações – Em junho, o MPF instaurou procedimento para apurar os inúmeros relatos de ameaças proferidas pelas redes sociais contra Povos de Terreiros do município de Dourados. Representantes das comunidades foram recebidos pelo procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, na sede do MPF, e descreveram as violências.
As ameaças teriam se intensificado após ato público promovido por representantes de 16 comunidades, na região central da cidade, no dia 25 de maio. Na ocasião, os grupos realizaram uma marcha que percorreu diversas ruas, entoando cânticos de matriz africana, em defesa da paz.
O procedimento investigatório foi instaurado pelo MPF logo após a reunião, e vai apurar as ameaças e violências sofridas pelos povos de terreiros de Dourados.
Serviço
Seminário ‘Combate ao racismo religioso nas matrizes afro-brasileiras e indígenas’
Local: Auditório da Câmara Municipal de Dourados
Av. Marcelino Pires, 3.600 – Jardim Paulista
Horário: 18h30 (MS)
Fonte: Msnews