A morte do empresário Antônio César Trombini, na cela de uma delegacia em Campo Grande, gerou revolta entre amigos e familiares. Para eles, o arquiteto e empresário morreu por falta de socorro.
Antônio morreu na cela do Centro Integrado de Polícia Especializada (CEPOL), localizado no bairro Tiradentes, nesta sexta-feira (2). Ele estava custodiado após ser preso em flagrante por dirigir embriagado e causar um acidente de trânsito. Ele bateu no veículo do pai de um policial.
Segundo a ex-esposa, Sandra de Fatima Teixeira, Antônio passou mal na cela e morreu devido a um suposto traumatismo craniano que sofreu durante o acidente, e não por comorbidades.
Durante o acidente, Antônio teria batido com a cabeça. Uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou a ser acionada, porém, só constaram que ele sofreu uma lesão no braço e depois o liberaram para ir para a delegacia.
“Ele não teve atendimento, bateu com a cabeça, teriam que ter levado ele no mínimo para uma UPA ou para um hospital. Dali só o mandaram para uma delegacia. Ele passou mal na cela porque não foi atendido quando sofreu o acidente. O Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal) informou que ele morreu devido ao acidente e pela falta de prestação de socorro”, disse Sandra.
Ela relata que o irmão de Trobini, que é médico, foi até a cela para tentar fazer um exame em Antônio, porém, não deixaram e negaram de ‘todas as formas’ o atendimento médico ao empresário.
Sandra informou ainda que vai levar a denúncia para à Corregedoria da Polícia devido às supostas irregularidades durante a ocorrência e que resultaram na morte de seu ex-companheiro.
“Tentei de todas as formas com a minha filha, para liberar ele para levar ao médico, pois sabíamos que ele não estava bem, mas eles não deixavam atender. Trataram ele como indigente”, disparou. A família Trombini está muito revoltada com o que aconteceu.
O BOLETIM
Segundo Boletim de Ocorrência da Polícia Civil, por volta das 11h, um preso na mesma cela informou a um dos investigadores que Trombini havia passado mal e não estava respirando. Os policiais se deslocaram até o local e constataram que ele não apresentava sinais vitais. O Corpo de Bombeiros foi acionado e constatou o óbito às 12h.
A Perícia Científica esteve no local e constatou que o corpo não apresentava nenhum tipo de lesão. Foi apontado que supostamente o empresário morreu por ‘causas naturais’.