Algazarra, barulho, som alto, esses são alguns dos problemas enfrentados quase diariamente por moradores no Jardim Leblon, em Campo Grande, mais precisamente na região da Avenida Manoel Joaquim Moraes.
Na noite de quinta-feira (29) a polícia foi mais uma vez acionada para conter uma briga generalizada na frente de uma tabacaria. Quando os policiais chegaram ao local havia vários motociclistas obstruindo a passagem.
Os militares foram recebidos a garrafadas e foram necessárias seis granadas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar a multidão.
Nesta sexta-feira (29) no local ainda continha garrafas de bebida alcoólica pela rua e calçada. Com placa de ‘vende-se’ na fachada da residência, uma moradora de 72 anos, que mora com a filha, lamenta que nem a casa consegue vender por conta do local.
“Eu não minto quando me perguntam se o local é tranquilo e por isso há 4 anos não consigo vender”, disse.
Para dormir, só com fones de ouvido e barulho do ventilador para tentar inibir o som lá de fora que treme até a porta do imóvel. Isso, fora o lixo deixado na calçada da casa, odor de urina no portão.
A idosa conta que o neto herdou o local do avô, que antes era um barzinho para amigos, e desde então, além de bebidas e drogas, as noites agora são disputas de mais de três músicas ao mesmo tempo em volume alto com também barulho de racha. “Já soube de vários casos de brigas, mortes, esfaqueados”, lamenta.
Da mesma opinião compartilha um casal de idosos, de 79 e 70 anos. A mulher mora na região desde os 9 anos de idade. “É o bairro que vivi desde criança. Não quero ter que me mudar. Eu amo aqui, quero continuar aqui, mas está insustentável. Até os fios da câmera de segurança das lojas eles cortam”, lembra.
Um abaixo assinado com mais de 150 assinaturas dos moradores e outros comerciantes foi feito, e levado para o presidente de bairro, prefeitura, Comando da Polícia Militar, mas os moradores não tiveram uma solução.
“A gente liga para a polícia quase todo dia. Eu só durmo com pano molhado tanto do lado de fora quanto do lado de dentro da porta, porque estou com uma tosse e a médica disse que pode ser alergia por conta da fumaça que eles fumam cigarro e narguilé. Eu não posso passar uma noite na minha varanda. Jantar na mesa de jantar que fica aqui fora”, disse.