Monitor que torturou paciente até a morte em clínica já desafiou PM na rua

Preso em flagrante pela tortura seguida de morte de um dependente químico em uma clínica de reabilitação em Cotia, na Grande São Paulo, o monitor terapêutico Matheus de Camargo Pinto, de 24 anos, não tinha capacitação profissional para ocupar o cargo, segundo o delegado que investiga o caso, e já foi detido após desacatar policiais militares que foram apartar uma briga dela com a mulher.

O delegado Adair Marques, da Delegacia de Cotia, confirmou a falta de treinamento e de qualificação de Matheus para cuidar de pacientes em clínicas de reabilitação. Ele foi preso pela morte do paciente Jarmo Celestino de Santana, de 55 anos, ocorrida segunda-feira (8), após a vítima dar entrada no Pronto Socorro de Vargem Grande Paulista, com hematomas na cabeça e por todo o corpo.

O próprio Matheus gravou e compartilhou um áudio, no qual confessa ter agredido o paciente, até a mão doer. Ele também compartilhou um vídeo em que Jarmo aparece seminu, amarrado em uma cadeira.

O enfermeiro Cleber Fabiano da Silva, 48, é investigado pelo suposto envolvimento no espancamento, da mesma forma que outros funcionários da Comunidade Terapêutica Efatá. Ele nega qualquer irregularidade na clínica. Na terça, a Vigilância Sanitária foi até a instituição, onde havia ao menos 25 pacientes. Dois deles confirmaram à polícia, em depoimento, as agressões e a tortura. O local foi interditado.

Desde 2021, Matheus de Camargo Pinto é réu em uma ação na Justiça paulista na qual é acusado de resistência a uma abordagem policial, em Itapevi, na Grande São Paulo. De acordo com o processo, em março de 2020, ele foi encontrado “exaltado” discutindo dentro do carro com sua mulher, que estava grávida e queria deixá-lo para morar em outra cidade.

Segundo o boletim de ocorrência, quando os PMs pediram para que Matheus se afastasse da mulher, ele demonstrou resistência, “dizendo que era para atirar nele e que não iria colocar as mãos para cima”. Os policiais disseram que tiveram de usar força moderada para contê-lo, algemá-lo e levá-lo para a delegacia, onde foi registrado o termo circunstanciado. Ele ficou em silêncio diante do delegado e depois foi liberado.

Espancamento e morte

No caso da clínica de reabilitação, o delegado Adair Marques afirmou que o paciente Jarmo Celestino de Santana foi espancado e, após passar mal, encaminhado para o Pronto Socorro de Vargem Grande Paulista, onde morreu.

O delegado afirmou que Jarmo deu entrada na clínica na noite de sexta-feira (5/7), quando profissionais do local foram buscá-lo em casa.

Familiares acionaram a instituição alegando que Jarmo “estava surtado” na residência onde mora com a mãe, uma idosa. A agressividade ocorria por causa da dependência química do homem. Essa foi a última ocasião em que a família viu a vítima com vida.

A tortura ocorreu no intervalo de sexta para segunda-feira (8/7), como mostram as investigações da Polícia Civil.

FONTE: MIDIAMAX

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