Especialistas da área avaliam que os maiores hospitais públicos de Campo Grande priorizam atendimento de urgência e emergência ao invés de cirurgias eletivas, o que deveria ser o contrário
Correio do Estado completou 70 anos em 7 de fevereiro de 2024 e, quem ganha o presente, é a cidade de Campo Grande.
Exatamente seis meses depois, o maior e mais tradicional jornal impresso de Mato Grosso do Sul realiza, na manhã desta quarta-feira (7), o evento “Campo Grande Que Queremos”, no Espaço D, localizado na rua Pernambuco, número 1205, bairro Cruzeiro, em Campo Grande.
O evento consiste em um debate com especialistas das áreas de saúde, educação, infraestrutura, meio ambiente, mobilidade urbana e economia sobre desafios existentes e sugestões de melhorias, avanços, desenvolvimento e progresso para a Capital sul-mato-grossense.
Conclusões e ideias discutidas, nesta data, serão compiladas/resumidas em um livro e entregues para candidatos que disputam as eleições municipais.
Os candidatos que disputam a Prefeitura de Campo Grande, em 2024, são Rose Modesto (União), Adriane Lopes (PP), Beto Pereira (PSDB), Camila Jara (PT), Beto Figueiró (Novo), Luso Queiroz (PSOL), Ubirajara Martins (DC) e Jorge Batista (PCO).
SAÚDE
Saúde pública foi um dos temas discutidos no evento, sobretudo os seus problemas: superlotação de hospitais, superlotação de filas para cirurgias eletivas e demora no atendimento.
De acordo com o PhD em Economia, Carlos Alberto Coimbra, os maiores hospitais públicos de Campo Grande priorizam atendimento de urgência e emergência ao invés de cirurgias eletivas, o que deveria ser o contrário.
“Os hospitais hoje estão superlotados na urgência e emergência e deveriam estar focados nas cirurgias eletivas. Hoje, se você pegar os hospitais como a Santa Casa, 75% ao 85% dos nossos atendimentos são direcionados à urgência e emergência, quando deveria ser, no inverso, a gente atender de 25 a 30% de urgência e emergência e atender 80 a 75% das cirurgias eletivas, o que impacta realmente na redução das filas por esse tipo de atendimento”, explicou o Coimbra.
Além disso, ressaltou que a maioria dos atendimentos de urgência/emergência são oriundos de acidentes de trânsito.
“Quando a gente pega um hospital como a Santa Casa, que hoje o atendimento é de urgência e emergência, quase a totalidade de atendimento é de acidentes de trânsito. Santa Casa, hoje, superlotada, 75% do seu atendimento de urgente emergência é de acidente de trânsito. Desses acidentes de trânsito, 70% deles são causados por pessoas que não possuem habilitação”, acrescentou.
Ele ainda avaliou que a não efetividade da Lei Seca em Campo Grande resulta no aumento da fila de cirurgias eletivas, além de expor que a maioria das pessoas que são atendidas em hospitais grandes, poderiam procurar atendimento nas unidades de saúde.
“Infelizmente, 80%, 75% das pessoas que chegam ali, elas poderiam ter sido atendidas nas nossas unidades básicas de saúde ou como campanha de prevenção na saúde primária, que ela em tese deveria ser feita na sua totalidade. Então, acho que a gente conseguiria atender bastante e utilizar os meios hospitalares se, para aquele paciente quando chegar, está realmente com a capacidade de atender, mas na prática isso não acontece”, ressaltou.
Segundo Coimbra, quatro anos de gestão e três secretários municipais de saúde inviabiliza qualquer tipo de planejamento.
“Como é que você tem uma gestão de quatro anos dividido com três secretários? Não dá para a gente fazer um planejamento que realmente atenda não só as pessoas mais velhas, idosas, mas as pessoas com problemas de saúde mental, os idosos, as pessoas que precisam do atendimento de média e alta complexidade. Eu acho que a gente tem que discutir aqui como sugestão realmente qual é o papel do município”, disse.
Segundo a cirurgiã-dentista, Gyselle Tannous, explanou que a saúde pública é uma responsabilidade de todas e não exclusivamente da gestão municipal atual.
“Pensar em saúde, requer pensar em criação, que quer pensar em acesso ao bem de consumo, segurança, acessibilidade, urbanização, que dentro disso podemos pensar com certeza, que não depende exclusivamente da gestão. A gestão tem muito a fazer, todos esses sentidos, mas sim todos nós. Eu estou dizendo isso porque entendo que podemos, todos nós, definir para que tenhamos boas políticas públicas de saúde, preventivas, dentro da atenção básica, um SUS que possa ser cada vez mais capilar, mais acessível, mais pane e universal. É um grande desafio no sistema para todos, né, Ter dinheiro para tudo isso, e temos. Acredito que o financiamento atual é bastante suficiente se tivermos uma boa gestão desses sentidos e conseguirmos fazer com que eles cheguem para o usuário.
O debate sobre saúde pública pode ser assistido no Canal do Youtube. Todas essas ideias serão, posteriormente, compiladas e entregues para todos os candidatos a prefeito de Campo Grande em forma de livro, como sugestão para que as medidas propostas entrem nos planos de governo dos candidatos.
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