Ministros Israelenses são alvo de sanções de aliados Ocidentais

A relação entre Israel e parte de seus aliados ocidentais sofreu um novo abalo com o anúncio de sanções contra dois ministros israelenses. Reino Unido, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Noruega impuseram medidas contra Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir, ambos integrantes da ala mais radical do governo de Benjamin Netanyahu. Os dois são acusados de incitar violência contra palestinos na Cisjordânia.

As sanções, que envolvem possíveis proibições de entrada e congelamento de bens, foram justificadas pela retórica usada por Smotrich e Ben-Gvir durante a escalada do conflito na região. “A retórica extremista que defende a deslocação forçada de palestinianos e a criação de novos colonatos israelitas é terrível e perigosa”, afirmaram os cinco países em declaração conjunta.

Smotrich, atual ministro das Finanças, e Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional, são peças-chave da coalizão liderada por Netanyahu. Ambos se opõem a qualquer cessar-fogo na Faixa de Gaza e defendem uma postura militar mais agressiva. Além disso, mantém forte influência sobre o primeiro-ministro, cuja permanência no cargo depende do apoio da extrema-direita.

O governo israelense reagiu com dureza, o ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, classificou a decisão como “ultrajante” e informou que se encontrará com Netanyahu para definir uma resposta formal. Saar também sugeriu que as sanções poderiam dificultar as negociações para o fim da guerra, ao fortalecer a posição do Hamas.

A reação mais intensa veio dos ministros sancionados. Em comunicado, Ben-Gvir ironizou a decisão do Reino Unido, “sobrevivemos ao Faraó; também sobreviveremos a Keir Starmer”. Ele comparou a sanção ao Livro Branco britânico de 1939, que restringia a imigração judaica à Palestina sob mandato britânico, “Continuarei a trabalhar por Israel e pelo seu povo, sem medo ou intimidação”, completou.

Smotrich também se manifestou, o ministro afirmou que a Grã-Bretanha já tentou impedi-los de construir o “berço” de Israel, e que neste momento eles não irão permitir que isso ocorra novamente: “estamos determinados a continuar a construí-lo”, disse.

Nos Estados Unidos, a medida gerou críticas. O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou que as sanções não ajudam nos esforços para encerrar o conflito. “Estas sanções não fazem avançar os esforços liderados pelos EUA para alcançar um cessar-fogo, trazer todos os reféns para casa e acabar com a guerra”, disse Rubio. Ele também pediu que os aliados “não se esqueçam de quem é o verdadeiro inimigo” e defendeu a revogação das sanções. O Secretário concluiu reafirmando que os EUA estão do lado de Israel.

O embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, também se pronunciou. Para ele, a imposição das sanções representa “um incrível exagero”.

Até mesmo vozes mais moderadas da política israelense discordam da decisão. Benny Gantz, ex-ministro da Defesa e rival político de Netanyahu, chamou as sanções de “profundo erro moral” e alertou que elas passam “uma mensagem perigosa aos terroristas de todo o mundo”.

As medidas ocorrem em um momento de crescente pressão internacional sobre Israel. A ofensiva militar na Faixa de Gaza já dura meses e, segundo grupos de direitos humanos, o bloqueio imposto por Israel está empurrando a população civil palestina para uma situação de fome generalizada. Apesar disso, o governo israelense mantém sua estratégia, respaldado por setores da comunidade internacional, como os Estados Unidos, mas agora com sinais de impaciência vindos até mesmo de aliados históricos.

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