Sônia Guajajara visitou na manhã desta terça-feira (6) a área de Douradina – 181 quilômetros de Campo Grande – em que 12 pessoas ficaram feridas durante conflitos pela terra. Ao lado do secretário-executivo Eloy Terena, a ministra dos povos indígenas ouviu os indígenas e garantiu apoio a eles.
O conflito na região começou no dia 13 de julho. A propriedade onde ocorreu o embate entre indígenas e fazendeiros é reivindicada pela comunidade Panambi Lagoa Rica e fica entre duas áreas já ocupadas.
Durante dias de conflito, agricultores da região e moradores das aldeias ficaram feridos. Para amenizar a situação, equipes da Força Nacional foram enviadas para a região e agora, a ministra foi pessoalmente visitar a área.
Nesta manhã, Sônia Guajajara reforçou que veio a Mato Grosso do Sul prestar solidariedade aos indígenas e para reforçar o compromisso de avançar no processo de demarcação da terra.
A área reivindicada pelos guaranis kaiowá, segundo a ministra, já foi considerada terra ancestral pela Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), mas uma decisão judicial paralisou o processo de demarcação. Do outro lado, os fazendeiros alegam ser os proprietários legais da terra.
Segundo a ministra, a área em Douradina não será afetada pela lei do Marco Temporal que ainda está em discussão em Brasília, por isso, a situação pode ser resolvida.
Durante a visita, a ministra encontrou alguns dos indígenas feridos, que contaram detalhes dos conflitos do fim de semana. (Vídeo no início da matéria)
Reforço policial
A região continua com a presença de polícias militar e federal, representantes da Funai, Força Nacional e promotores do MPF (Ministério Público Federal).
Nesta manhã, Igor Martini, coordenador geral do programa de proteção aos defensores de direitos humanos do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, afirmou que o efetivo da Força Nacional será quase dobrado a partir desta quarta-feira (7): vai sair de 25 para 45 policiais.
Ainda conforme Igor Martini, a Polícia Federal também deve ser acionada, mas para investigar supostas ameaças de violência sexual e psicológicas feitas as mulheres da aldeia. O crime teria ocorrido no domingo (4) e presenciado por representantes da Defensoria Pública da União que estavam na região.
Além disso, o ministério vai fornecer água, binóculos, lanternas e equipamentos que garantam a segurança da comunidade no acampamento.
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