Os casos de dengue no Brasil aumentaram 17,5% em 2023, em relação ao ano passado, segundo dados divulgados ontem (8), pelo Ministério da Saúde. As ocorrências passaram de 1,3 milhão em 2022 para 1,6 milhão este ano. Já a taxa de letalidade ficou em 0,07% nos dois anos, somando 1.053 mortes confirmadas em 2023 e 999, no ano passado. Com isso, a estimativa é de que a região Centro- -Oeste do Brasil deve registrar nível epidêmico de dengue em 2024.
Segundo dados do último boletim de dengue emitido pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) de Mato Grosso do Sul, neste ano, já foram contabilizados 46.741 casos prováveis de dengue, dos quais 40.460 já foram confirmados. O número de possíveis casos já se aproxima dos 52.280 casos registrados em 2020 e o total de mortes, neste ano, é de 40 pacientes, semelhante aos 42 óbitos de 2020.
Na contramão, em Campo Grande, os casos notificados de dengue se mantêm em queda. Conforme boletim da Gerência Técnica de Endemias do Serviço de Vigilância Epidemiológica da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), desde junho, os casos notificados de dengue apresentam redução. Em maio, foram notificados 2.927 casos da doença, enquanto que nos meses de junho, julho, agosto, setembro e outubro foram 692, 552, 525, 353 e 311 notificações, respectivamente. Com isso, do dia 1º de janeiro ao dia 14 de novembro foram notificados 15.938 casos de dengue e seis óbitos provocados pela doença, no município. No mesmo período, foram notificados 65 casos de zika e 146 de chikungunya.
“Temos muitas pessoas que, por uma situação menor, não tiveram a doença – principalmente crianças e idosos. São os grupos que mais nos preocupam”, avaliou a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel.
Os Estados com maior incidência de dengue são Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás. Em relação à chikungunya, até dezembro de 2023, foram notificados 145,3 mil casos da doença no país, com taxa de incidência de 71,6 casos por 100 mil habitantes. Já os dados de zika foram coletados pela pasta até o fim de abril de 2023. Ao todo, foram notificados 7,2 mil casos da doença, com taxa de incidência de 3,6 casos por 100 mil habitantes Dentre as causas apontadas como algumas das responsáveis pelo registro destes resultados estão as mudanças climáticas. “Fatores como a variação climática, o aumento das chuvas, o número de pessoas suscetíveis às doenças e a mudança na circulação de sorotipo do vírus são fatores que podem ter contribuído para esse crescimento”, avaliou o ministério em nota.
O LIRAa (Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti) e o LIA (LevanVariação climática e aumento das chuvas são alguns dos fatores Ministério da Saúde tamento de Índice Amostral) indicam que, em 2023, 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeiras, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos).