O monitoramento do desenvolvimento do milho 2ª safra (2023/2024), aponta que a área destinada ao grão tem expectativa de ser 5,8% menor em relação ao ciclo anterior (2022/2023), totalizando 2,2 milhões de hectares. A produtividade estimada é de 86,3 sc/ha, gerando uma expectativa de produção de 11,4 milhões de toneladas.
Segundo informações da Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), o estresse hídrico, ou seja, a falta de chuvas é o principal motivo para a redução. Nos últimos meses, foram observadas perdas significativas no potencial. A situação adversa afetou uma área total de 750 mil hectares no estado de Mato Grosso do Sul.
Os períodos de seca ocorreram entre março e abril (10 a 30 dias de estresse hídrico) e mais recentemente, entre abril e julho (mais de 90 dias sem chuva). De acordo com dados do SIGA-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), a área colhida acompanhada pelo Projeto alcançou 29,6%, aproximadamente 656 mil hectares.
A colheita está mais avançada na região sul do estado, com uma média de 34,2%. Cerca de 50% da área plantada com milho nas cidades de Sete Quedas, Aral Moreira, Amambai, Caarapó, Douradina, Iguatemi e Laguna Caarapã já foi colhida.
Na região norte, a média é de 24,5%. Alcinópolis e Paraíso das Águas já estão com cerca de 60% da área colhida. Já na região central, a área colhida é de 17,2%. O destaque é para Rio Brilhante, com cerca de 25% da área total colhida.
Cenário Nacional
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), revelam que a diminuição da produtividade de grãos também ocorre a nível nacional. O milho por exemplo, teve decréscimo de 13,3% (reduções de 15,0% no milho de 1ª safra e de 12,8% no milho de 2ª safra). Já a soja apresentou queda de 3,4% e o sorgo 10,4%.
A estimativa de produção para a soja foi de 146,8 milhões de toneladas. Quanto ao milho, a estimativa foi de 113,7 milhões de toneladas (23,6 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 90,1 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). Ranking de estados brasileiros com maior produção de grãos:
- Mato Grosso, com participação de 29,3%
- Paraná (13,3%)
- Rio Grande do Sul (12,7%
- Goiás (10,6%)
- Mato Grosso do Sul em 5º lugar com (7,3%)
Análise das chuvas em MS
O Cemtec-MS (Centro de Monitoramento do Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul), em junho de 2024, foi observado que a chuva ficou muito abaixo da média histórica, com valores que variam entre 0 e 10 mm, em todo o Mato Grosso do Sul.
Na análise do número de dias com chuvas abaixo de 1 mm, observa-se que todos os municípios apresentaram até 30 dias sem ocorrência de chuvas durante o mês de Junho.
Dentre os municípios monitorados, todos registraram chuvas muito abaixo da média histórica. O município com maior precipitação foi Aral Moreira, onde foram registrados apenas 4,4 mm de chuva acumulada em junho de 2024, o que representa 95% abaixo da média histórica. Por outro lado, grande parte dos municípios monitorados, não registraram chuvas em junho de 2024. Dos 46 municípios analisados, todos os municípios tiveram chuvas muito abaixo da média histórica.
Durante visitas aos produtores, os técnicos de campo da Aprosoja/MS analisam diversos aspectos técnicos das lavouras de milho, com o objetivo de avaliar seu potencial produtivo. Essa avaliação é baseada na área total cultivada na propriedade e classifica as lavouras como “ruim”, “regular” ou “bom”.
“Por exemplo, para uma lavoura ser classificada como “ruim”, ela deve apresentar diversos critérios negativos, tais como alta infestação de pragas (plantas daninhas, pragas e doenças) ou falhas no estande de plantas, desfolhamento excessivo, enrolamento de folhas, amarelamento precoce das plantas, entre outros defeitos que causem perdas significativas de produtividade”, exmplifica o boletim.
Uma classificação “regular” é atribuída a lavouras que apresentam poucos problemas relacionados a pragas, estande de plantas razoável e pequeno amarelamento das plantas em desenvolvimento. Já uma classificação “bom” é dada a lavouras que não possuem nenhuma das características anteriores, com plantas saudáveis e que garantem uma boa produtividade.
Fonte: COrreio do Estado