Há 30 dias a população de Campo Grande convive com um sol esmaecido, alaranjado, e um céu encoberto por fumaça.
No dia 3 de setembro a capital teve pela primeira vez no ano uma névoa densa cobrindo o céu em toda a sua extensão, e esse cenário permanece desde então, com apenas dois ou três dias de céu limpo nesse período.
A convivência com a fumaça traz prejuízos respiratórios e à saúde das pessoas e dos animais.
Segundo o médico pneumologista Ronaldo Perches, o momento atual, em que as condições climáticas torna a qualidade do ar muito ruim, faz com que a saúde respiratória e as vias aéreas das pessoas acabem agredidas.
Saúde
Especialistas explicam que a inalação frequente de fumaça, aliada ao tempo seco e quente, como tem ocorrido, pode causar irritação no nariz, nos olhos, na garganta, causando reações alérgicas e tosse.
Crianças e idosos sofrem mais. Com sistema imunológico mais frágil, fica mais fácil a ocorrência de doenças respiratórias.
A principal medida para combater esses prejuízos é manter os ambientes fechados para diminuir a entrada de fuligem e resíduos da fumaça, além de ingerir muita água. A água é fundamental para manter as vias aéreas hidratadas, assim como o corpo, controlar a temperatura do organismo e manter o bom funcionamento de todos os órgãos.
Corredor de fumaça
Imagens de satélite mostram que a fumaça não se restringe a Mato Grosso do Sul. Corredor de fumaça passa pela Amazônia, além de biomas da Bolívia, Paraguai e o próprio Pantanal sul-mato-grossense.
A estação do Qualiar, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), indica que a qualidade do ar está ao nível moderado. O monitoramento considera a entrada de material particulado pela atmosfera.
O material particulado é o principal poluente atmosférico utilizado como parâmetro para a análise e caracterização da qualidade do ar devido à frequência de ocorrência e aos prejuízos à saúde e ao meio ambiente que ele pode causar.