Sustentabilidade e rentabilidade ao alcance do micro e pequeno produtor rural. Entrar para o mercado de créditos de carbono já é uma realidade para os empreendedores, podendo trazer benefícios comerciais, além de ajudar a preservar o meio ambiente e se tornar fonte adicional de renda.
Projeção realizada pela Câmara do Comércio Internacional (TPI) em parceria com a WayCarbon, consultoria em sustentabilidade, revelou que o nicho deve movimentar, até 2050, entre US$493 milhões a US$100 bilhões, no Brasil.
Mas para pequenos produtores rurais acessarem esse mercado será necessário unir forças, visto que são exigidos ao menos 10.000 hectares para que uma propriedade rural possa comercializar créditos de carbono.
Seja por sindicatos, cooperativas ou entidades afins, o montante se faz necessário para que a capacidade de absorção de carbono ganhe escala significativa.
Finanças verdes
A comercialização dos créditos de carbono faz parte do emergente mercado das finanças verdes que tem como foco reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEEs) e estimular o desenvolvimento sustentável em escala global.
A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024 (COP29)ocorrida em Baku, Azerbaijão, desempenhou papel importante no incentivo do mercado de carbono em todo o mundo.
Cooperativas brasileiras que participaram do evento debateram a sustentabilidade agrícola e o engajamento nas finanças verdes.
Pedro Lutz Ramos, superintendente do Banco Cooperativo Sicredi esteve presente na Conferência e declarou que as cooperativas de crédito têm um papel fundamental nessa transformação em prol da sustentabilidade.
Entenda os mercados de carbono
A negociação dos créditos de carbono se dá por meio dos mercados voluntário ou regulado. A principal diferença entre é a presença ou ausência de legislação específica.
No Brasil, o mercado regulado foi aprovado pelo Projeto de Lei (PL) 182/2024 na Câmara dos Deputados, no último dia 19. Agora segue para sanção na Presidência da República.
A proposta vai contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil, consolidando o mercado de carbono no país. Apesar de o setor agropecuário ter ficado de fora desta regulamentação, produtores rurais podem optar pelo mercado voluntário.
O mercado voluntário não conta com um órgão regulador central e é balizado por compromissos climáticos em benefício da sustentabilidade. A medida permite que organizações compensem emissões sem imposições legais, como define o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente da ONU (PNUMA).