Em 2023, a cobertura da vacinação com a dTpa, também conhecida como tríplice bacteriana acelular, alcançou apenas 75%. Essa vacina é predominantemente administrada em gestantes e é essencial durante todas as gestações para proteger os recém-nascidos contra a coqueluche. Além disso, oferece proteção à gestante e ao bebê contra o tétano e a difteria. No entanto, muitas mulheres grávidas estão optando por não se vacinar.
Natália Gadioli, jornalista e atriz, atualmente grávida pela segunda vez, planeja receber a vacina dTpa assim que atingir as 20 semanas de gestação recomendadas. Ela ressalta que a disseminação de notícias falsas e desinformação tem sido um obstáculo significativo para as gestantes procurarem a vacinação. Gadioli enfatiza a importância de promover a conscientização sobre a vacinação, especialmente durante a gravidez, quando a proteção tanto para a mãe quanto para o bebê é crucial.
Juarez Cunha, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, explica que a hesitação em se vacinar é influenciada por vários fatores, incluindo a percepção de risco. Ele destaca os desafios da comunicação em meio à “infodemia” de desinformação, que afeta até mesmo profissionais de saúde, prejudicando a confiança nas vacinas, particularmente entre gestantes e pais.
A última vez que o Brasil enfrentou um surto de coqueluche foi em 2014, mas o Ministério da Saúde alertou recentemente sobre um aumento nos casos em outros países, o que poderia afetar o Brasil. A vacinação durante a gravidez é crucial, já que os recém-nascidos são os mais vulneráveis à coqueluche e dependem da imunização da mãe para proteção.
Nilma Neves, ginecologista e vice-presidente da Comissão de Vacinas da Febrasgo, destaca a importância de os profissionais de saúde acompanharem de perto a vacinação durante o pré-natal, abordando dúvidas e preocupações das gestantes. Ela também aponta desafios logísticos, como a falta de acesso a salas de vacinação em horários convenientes para as gestantes.
Além da dTpa, outras vacinas são recomendadas durante a gravidez, incluindo a vacina contra a gripe. No entanto, a adesão à vacinação ainda é baixa em muitas regiões do Brasil, apesar dos riscos significativos de complicações para gestantes e recém-nascidos.
Em suma, promover a conscientização sobre a importância da vacinação durante a gravidez e superar os obstáculos logísticos e de comunicação são fundamentais para garantir a saúde materna e infantil.
Com Agência Brasil
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