Uma mulher, de 27 anos, acusa o namorado médico, de 25 anos, de realizar um aborto sem o consentimento dela, após dopá-la. A situação aconteceu em Pirenópolis, no Entorno do Distrito Federal, na última terça-feira (29/10), mas só foi divulgada nessa sexta (1º/11).
À Polícia Civil de Goiás (PCGO), a vítima, que estava grávida de três meses, disse que foi convidada pelo parceiro para uma “lua de mel” no município turístico, no entanto, a viagem se tornou um pesadelo, já que, segundo ela, o homem provocou a morte do feto.
Segundo a vítima, o rapaz teria colocado comprimidos em sua genitália para que a gestação fosse interrompida.
Agredida e dopada
A mulher procurou a Delegacia da Polícia Civil de Pirenópolis e contou ter sido agredida pelo namorado dentro do quarto de um hotel. Ao Metrópoles, o delegado Tibério Martins afirmou que a equipe policial esteve no local, no entanto, o suspeito já havia saído do local.
De acordo com o investigador, a jovem pediu ajuda a uma irmã, que foi ao encontro dela na cidade. Já em Goiânia, ela foi levada para uma clínica médica com sangramentos. Durante o atendimento hospitalar, profissionais de saúde encontraram dois comprimidos dentro do canal vaginal da paciente. O feto precisou ser removido.
Depois disso, a mulher procurou a Delegacia Estadual de Atendimento à Mulher (Deam). Em depoimento, a vítima disse que ficou sonolenta após tomar um suco que foi servido a ela pelo namorado. Ao acordar, ela flagrou o médico colocando os comprimidos em sua vagina.
“Esse foi o motivo da briga entre eles, mas ela não contou isso aqui inicialmente, aqui em Pirenópolis, ela só contou a história completa em Goiânia. O caso agora vai depender de um laudo médico para comprovar se o aborto aconteceu em Pirenópolis ou em Goiânia, a depender da quantidade de remédio que ele introduziu nela, e isso vai determinar por onde ele será conduzido. Também foram coletadas amostras de sangue para saber que tipo de substância foi usada para que ela ficasse inconsciente, bem como a medicação abortiva”, disse Tibério Martins.
Gravidez inesperada
Ainda de acordo com o delegado, a jovem também era estudante de Medicina. Os dois estudavam juntos e ficavam eventualmente.
“Ela engravidou e ele propôs aborto para ela, mas ela não quis. Ela disse que assumiria a situação e que ele não precisaria ter nenhum compromisso como casal, mas que ela fazia questão do filho, a família dela estava muito feliz e dava apoio a gravidez”, contou o investigador.
“Ele tentou convencê-la de que havia mudado de ideia, de que viveriam o momento juntos e a convidou para ir à Pirenópolis, mas quando chegaram à pousada, aconteceu tudo isso que ele já estava planejando e ele provocou esse aborto”, afirmou Tibério Martins.
O médico não teve a identidade revelada e não foi preso. Ele deve ser investigado por provocar aborto sem consentimento da gestante, cuja pena pode variar de 3 aa 10 anos de reclusão, além de outros crimes que eventualmente estejam no contexto.