Celulose e carne bovina garantem bons resultados no comércio exterior; soja ainda lidera vendas e importação de gás cai
O saldo da balança comercial de Mato Grosso do Sul atingiu US$ 4,3 bilhões nos primeiros sete meses deste ano, indicam os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, divulgados nesta semana. Na cotação de ontem, o saldo das exportações equivalia a R$ 24,7 bilhões.
O saldo da balança comercial é a diferença entre o valor obtido com exportações e o pago pelas importações. Embora Mato Grosso do Sul esteja experimentando uma queda no valor global das exportações neste ano, sobretudo por causa das cotações mais baixas das commodities agrícolas, o saldo é recorde sobretudo por causa da queda nas importações, puxada pela importação do gás natural da Bolívia, cada vez mais escasso.
Em números, o total de exportações equivale a US$ 6,01 bilhões nos primeiros sete meses do ano, contra US$ 6,3 bilhões no mesmo período do ano passado. O valor é 5,2% menor que o total comercializado com outros países nos primeiros sete meses do ano passado.
As importações, contudo, tiveram uma queda ainda maior, de 9,4%, com o total das compras nos primeiros sete meses deste ano atingindo US$ 1,6 bilhão no período compreendido entre janeiro e julho. No ano passado, no mesmo período, as compras somaram US$ 1,79 bilhão.
Julho
No mês passado, as exportações de Mato Grosso do Sul somaram US$ 868 milhões, enquanto as importações foram de US$ 240 milhões, saldo de US$ 628 milhões.
O desempenho do mês de julho, porém, foi ligeiramente menor que o do mês anterior. Em junho o saldo da balança comercial de Mato Grosso do Sul foi de US$ 790 milhões, resultado da diferença entre US$ 1,005 bilhão de exportações e US$ 215 milhões milhões de importações.
Produtos
Apesar de a soja ainda ser o produto mais exportado de Mato Grosso do Sul, ela vem perdendo espaço neste ano para a celulose. O grão foi responsável, nos primeiros sete meses deste ano, por 37% (US$ 2,2 bilhões) do total das exportações do Estado.
A quantia é 20% menor que a do mesmo período do ano passado. A diferença entre os períodos equivale a US$ 567 milhões a menos em vendas, quando comparados.
A celulose, por sua vez, vive um momento contrário ao da soja. Ela gerou US$ 1,28 bilhão em vendas a outros países nos primeiros sete meses deste ano, variação de 46,1% em termos financeiros quando comparada com os primeiros sete meses de 2023. Neste ano, são US$ 404 milhões a mais.
Na conta de julho, inclusive, já tem parte das vendas da celulose produzida pela Suzano em Ribas do Rio Pardo, a maior planta processadora do composto no planeta.
Também merece destaque nas exportações as vendas de carne bovina. Neste ano, a comercialização é 29,3% maior que nos primeiros sete meses do ano passado. O valor bruto exportado por MS é de US$ 662 milhões, aumento de US$ 150 milhões no faturamento.
O gás natural, por sua vez, puxa as importações para baixo. O hidrocarboneto trazido da Bolívia pela Petrobras via gasoduto da TBG responde por 43% das importações de Mato Grosso do Sul.
Neste ano, as compras de gás natural do país vizinho foram de US$ 692 milhões, valor 16% menor que entre janeiro e julho de 2023, ou US$ 128 milhões a menos.
Países
A China continua sendo o principal destino dos produtos de Mato Grosso do Sul neste ano. Quase metade das exportações (49,3%) do Estado do faturamento das exportações são dólares oriundos do gigante asiático.
Já foram vendidos para a China nos primeiros sete meses do ano, US$ 3 bilhões em produtos, dos mais diversos.
O segundo maior parceiro comercial de Mato Grosso do Sul é os Estados Unidos, grande comprador de carne bovina e celulose. No ano, foram vendidos US$ 339 milhões para os EUA, salto de 17,7% quando comparado com o mesmo período do ano passado.
A participação norte-americana nas vendas externas de Mato Grosso do Sul é de 5,63%.
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