Após a morte de três crianças e outras 10 que ficaram feridas em um centro de lazer, na cidade Southport, no último dia 29, o Reino Unido vive momentos de caos, com intensas manifestações da extrema direita e desordem. O adolescente Axel Rudakubana, de 17 anos, foi identificado como o autor do crime.
O caso provocou uma onda de protestos anti-imigração, protagonizados pela extrema direita do país, que resultaram em violência generalizada em diversas cidades britânicas. Na confusão, mais de 100 pessoas foram presas.
Diante da escalada de violência, o primeiro-ministro Keir Starmer fez uma declaração prometendo total apoio às forças da ordem e condenando os “extremistas” que buscam “semear o ódio” no país.
O ataque aconteceu em Southport, cidade litorânea no noroeste da Inglaterra, chocou o país e serviu de pretexto para a extrema direita espalhar desinformação, segundo o Metrópoles.
A extrema direita do país disseminou falsas alegações de que o suspeito seria um mulçumano refugiado, recém-chegado ao país.
No entanto, segundo autoridades policiais, o ataque não está relacionado ao terrorismo e o adolescente nasceu no Reino Unido. Ele foi detido e enviado a um centro de detenção juvenil.
Axel deve comparecer ao tribunal em outubro para responder por acusações de três homicídios, 10 tentativas de homicídio e uma de posse de arma branca. A motivação do ataque ainda está sob investigação.
Protestos da extrema direita
Nos dias seguintes ao ataque, protestos tomaram conta de várias cidades do Reino Unido. Em Hull, Liverpool, Bristol, Manchester, Stoke-on-Trent, Blackpool e Belfast, as manifestações se transformaram em confrontos violentos.
Há registros de manifestantes arremessando garrafas de cerveja, pedras, tijolos, cadeiras e até fogos de artifício contra policiais, além de incendiarem contêineres de lixo e saquearem lojas.
Em Sunderland, no norte da Inglaterrao centro da cidade foi vandalizado, com prédios e veículos incendiados. Três policiais acabaram hospitalizados e diversas pessoas foram presas por desordem violenta e roubo.
Parte dos manifestantes demonstraram apoio a Tommy Robinson, um conhecido ativista de extrema direita, enquanto insultos contra o Islã foram ouvidos perto de uma mesquita local.
Diante da escalada de violência, o primeiro-ministro Keir Starmer fez uma declaração prometendo total apoio às forças da ordem e condenando os “extremistas” que buscam “semear o ódio” no país.
Starmer enfatizou que há uma distinção clara entre liberdade de expressão e agitação violenta, e anunciou uma nova resposta nacional para lidar com a desordem.
Essa estratégia incluirá a integração das forças policiais em todo o país por meio de inteligência compartilhada e o uso ampliado de tecnologias, como o reconhecimento facial, para identificar e deter participantes de atividades criminosas.