Preso por cometer uma série de estupros em Mato Grosso do Sul, o lutador de jiu-jítsu Erberth Santos – campeão mundial na modalidade – usou as redes sociais para negar o crime e lamentar estar privado da liberdade. Na época, ele havia confessado em São Paulo que fez uso de drogas antes de estuprar garotas de programa, em Campo Grande e Três Lagoas.
Na postagem ele diz que pediu para outra pessoa publicar já que está preso. Afirma que se passou um ano lentamente.
“Logo eu que nunca gostei de ver um passarinho em uma gaiola, porque tenho entendimento que passarinho não canta em gaiola, ele chora”, diz.
Ainda na publicação, explica que viajou Brasil afora, curtiu muito e também ajudou muita gente. “Quer dizer que tem muita gente que sabe do que eu gosto e do que eu não gosto. Então saberia que jamais faria algo desse tipo, algo que eu abomino. Mas também tenho minha parcela de culpa, afinal não sou nenhum ingênuo, não sou nenhum santo e por isso estou aqui pagando o preço por minhas escolhas erradas, trancado, longe de todos e tudo o que eu amo’, diz.
Na postagem ele ainda lamenta ter perdido o que mais amava: a liberdade. “Não desejo essa vida nem para o meu pior inimigo”.
A mensagem também fala de Deus. “Quando eu consegui tudo que sonhava, algo estranho acontecia, tudo não fazia sentido, cheguei aonde eu tanto almejei, mas eu não conhecia Deus… Toda aquela adrenalina era para eu me sentir vivo, hoje posso afirmar que reencontrei o sentido da vida mediante as provas que superei e que estou superando”.
Estupros em série
Após o campeonato, os dois lutadores, Erberth Santos de Mesquita e André Pessoa, foram até uma casa e contrataram os serviços das garotas, em Campo Grande, sendo que, quando chegaram à residência, os dois questionaram se havia mais meninas no local. Elas responderam que estavam só as duas.
Assim, um dos lutadores subiu para um dos quartos do andar de cima com uma das meninas e o outro ficou no térreo. Em seguida, um deles se tornou agressivo e agrediu uma das mulheres, mandando ela calar a boca. As duas foram amarradas pelas mãos.
As duas foram estupradas e, em seguida, os lutadores arrombaram um baú levando o dinheiro do dia, aproximadamente R$ 700. Levaram também o sistema de monitoramento externo da casa e os celulares das vítimas. Elas contaram que os autores estavam em um Fiat Uno. Durante o estupro, um dos lutadores jogou no vaso sanitário o preservativo e outro preservativo foi apreendido pelos policiais.
Informações do Batalhão de Choque indicam que a polícia rastreou histórico de passagens do carro por pontos de monitoramento das quatro rodovias em Mato Grosso do Sul e confirmou trajetória que coincide com rastro de estupros a garotas de programa.
Em Três Lagoas, um dos autores havia contratado o programa de uma jovem, de 24 anos, por meio de um site. Ao chegar ao local, onde a jovem mora com as amigas, o homem foi acompanhado de outro rapaz.
Eles foram para o quarto e, durante o serviço, o homem sacou uma faca, que estava escondida nas roupas e ameaçou a jovem a terminar o ato. Ele, inclusive, pressionou a lâmina da faca na costela da vítima.
Ao sair do quarto, a jovem constatou que os autores haviam confinado as amigas em outro cômodo, mediante ameaça com uma arma de fogo e roubado o dinheiro delas, que totalizou R$ 1,2 mil, além dos documentos que estavam nas bolsas.
Eles ainda fugiram a pé, levando também 7 aparelhos celulares. O caso foi registrado como roubo e estupro. Na delegacia, a jovem apresentou o site onde o rapaz a contratou, o perfil dele e prints de conversas para a contratação dos serviços.
Prisão
Os dois acabaram presos em Boituva, São Paulo. Eles foram detidos a princípio pelo crime de receptação quando foram abordados pelos policiais que já haviam sido alertados pela polícia do Estado sobre o caso.
Quando parados na rodovia, os policiais já estavam com fotos dos lutadores e ao revistarem o veículo em que estavam, um Fiat Uno, encontraram bolsas das vítimas e vários celulares roubados depois dos crimes cometidos. Foram encontrados com os lutadores cerca de 14 celulares, além de dinheiro.
Erberth Santos e o lutador André Pessoa confessaram à polícia de São Paulo terem feito uso de drogas antes de estuprarem sete mulheres, garotas de programa, em Campo Grande e Três Lagoas