Grupo ligado à ex-deputada federal se posicionou contra a aproximação com os progressistas em razão da disputa pela prefeitura
A ferrenha disputa pelo cargo de chefe do Executivo de Campo Grande no ano passado ainda está viva na memória da ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil), que perdeu a eleição por uma diferença de 12.587 votos para a prefeita Adriane Lopes (PP) – a segunda menor da história da eleição para o cargo na Capital.
O resultado do pleito também teria sido determinante para que as lideranças sul-mato-grossenses do partido se colocassem contra a fusão com os progressistas, de olho nas eleições de 2026.
Segundo apurou o Correio do Estado com interlocutores de Rose Modesto, a presidente estadual do União Brasil e demais lideranças regionais do partido em outros estados também se colocaram contra a aproximação com o PP.
Posicionamento que não levou em consideração o fato de o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, e o secretário-geral da sigla, ACM Neto, serem entusiastas da medida, pois, incluindo Republicanos e PSDB, a nova legenda se tornaria a maior força do Congresso Nacional, com 153 deputados federais e 17 senadores.
No entanto, a fusão não é rejeitada apenas por lideranças do União Brasil, integrantes das cúpulas do PP e do Republicanos nos estados também passaram a ver a possibilidade com mais ceticismo e a hipótese já era encarada há mais tempo com ressalvas. E, assim como em Mato Grosso do Sul, o olhar de dirigentes do União Brasil em outros estados criou uma barreira intransponível para o acordo avançar.
A reportagem apurou que Rose Modesto avalia que em MS não seria possível acomodar os diferentes interesses das duas legendas, e o argumento é de que ela, como opositora da gestão de Adriane Lopes, jamais poderia estar no mesmo grupo político que a atual prefeita da Capital, em razãodo antagonismo gerado durante a campanha eleitoral.
Além disso, desde novembro do ano passado, a ex-deputada federal tem usado suas redes sociais para criticar as medidas tomadas pela prefeita reeleita e apontar o que considera equívocos da atual gestora na administração de Campo Grande. Nesse clima de animosidade entre ambas, fica praticamente inviável que União Brasil e PP possam caminhar juntos em Mato Grosso do Sul.
NACIONALMENTE
Nacionalmente, Antônio Rueda se reuniu recentemente com o atual presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (Piauí), e o líder do Republicanos, deputado federal Hugo Motta (Paraíba), provável novo presidente da Câmara, para tratar da megafusão.
Uma nova rodada de conversas está prevista para ocorrer após a volta dos trabalhos do Legislativo, em fevereiro. Na visão de integrantes do União Brasil, contudo, há questões internas a serem resolvidas antes. Uma das principais discussões é se o partido terá uma candidatura de oposição em 2026 ou se vai se manter na base do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O partido na Câmara dos Deputados indicou os ministros do Turismo, Celso Sabino, e das Comunicações, Juscelino Filho, enquanto o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), favorito para comandar o Senado, apadrinhou a escolha de Waldez Góes para o Ministério da Integração Nacional.
Por outro lado, a cúpula nacional do partido é próxima do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que já marcou um pré-lançamento de sua candidatura a presidente da República para o mês de março. O racha entre governistas e oposição no União Brasil também tem deixado indefinido quem será o líder da sigla na Câmara dos Deputados neste ano.
Os deputados federais tentaram fazer a escolha em dezembro, mas agora o tema só será retomado em fevereiro. Do lado do PSDB, a percepção é de que uma fusão que envolva o União Brasil dificilmente sairia do papel. O presidente nacional do partido é Marconi Perillo, ex-governador de Goiás e adversário histórico de Caiado no estado.
“Mais favorável (a uma aliança com) outros partidos. Com Caiado, impossível”, disse Perillo.
SAIBA
Levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Resultado (IPR) apontou que a disputa entre Rose e Adriane foi a segunda com a menor diferença de votos da história de Campo Grande. Enquanto no segundo turno da eleição para prefeito de Campo Grande em 1996, entre André Puccinelli (MDB) e Zeca do PT, a diferença foi de 411 votos ou 0,16%, no segundo turno da eleição do ano passado, a discrepância entre Rose e Adriane foi de 12.587 votos ou 2,91%.
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