O Cedami (Centro de Apoio ao Migrante) completa na próxima sexta-feira (25) seus 40 anos de fundação. O projeto começou em 1979, na calçada da Avenida Afonso Pena, oferecendo ajuda para “recém-chegados” e pessoas em situação de rua.
A AARH (Associação de Auxílio e Recuperação dos Hansenianos) relembra a história que mudou o aspecto de ajuda social na cidade. A criadora, Irmã Silvia Vecellio se sensibilizou com os migrantes e as pessoas em situação de rua aglomeradas no canteiro da avenida.
Na época, ela se ofereceu para colaborar com a janta, mas sem possibilidade de servir a refeição no interior do abrigo, ela e um grupo de voluntários passaram a atender as pessoas na calçada.
Foram 6 anos seguidos servindo, sopa, pão e leite a mais de 100 pessoas, toda noite.
Com isso, o projeto ganhou força e deu origem ao Cedami, com uma sede na Rua Terenos, bairro Amambaí, obra do arquiteto Jurandir Nogueira. O Cedami foi inaugurado em 1984 e passou a acolher indivíduos e
famílias em trânsito para permanências, geralmente de três a sete dias.
Nos primeiros anos de funcionamento, a maioria da clientela era de brasileiros, mas a partir de 2006, o fenômeno da migração se estendeu a outras nacionalidades, principalmente venezuelanos e haitianos. Durante os 40 anos, cerca de 66.035 pessoas foram atendidas.
‘Fui tratado com dignidade’
“Não tinha ninguém aqui, amigo ou família, nem renda até sair a bolsa. Estava tudo muito difícil, mas o Cedami me estendeu a mão. Tive a oportunidade de ser acolhido. Na minha estadia, fui tratado com dignidade, respeito e muita humanidade que transcende palavras. Não consigo expressar minha gratidão a todos os colaboradores que trabalham lá. Todos, muito queridos com todos, proporcionaram o bem-estar, demostrando uma dedicação incansável, criando um ambiente seguro e acolhedor para precisa”.
Uma Escuta Qualificada pesquisa o grau de vulnerabilidade que a pessoa pode apresentar à segurança dos abrigados. O CEDAMI interage com todos os setores estaduais e municipais de assistência, a exemplo da FUNSAT, CETREMI, FUNTRAB, Casa da Mulher Brasileira, FUNAI, CAM – Centro de Atendimento de Direitos Humanos MS, Centro POP, Hospital Regional, Santa Casa e HU, com os quais troca informações e apoio mútuo.
Todo ano, o CEDAMI comemora seu aniversário reunindo pessoas que já passaram por lá e que se estabeleceram na Capital. A confraternização inclui uma janta caprichada e uma roda de música.