Assalto aconteceu em dezembro de 2024 e rapaz reagiu à equipe que cumpria mandado de prisão nesta sexta-feira.
Michael Willwohl Gaston, de 42 anos, morreu ao ser baleado por equipe da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (Derf) durante cumprimento de mandado de prisão na manhã desta sexta-feira (21). A abordagem aconteceu em uma vila de casas na Rua do Livramento, região do Bairro Monte Castelo. O homem era suspeito de ter invadido prédio armado e feito família de pecuarista refém durante assalto em dezembro do ano passado.
Durante coletiva de imprensa na tarde de hoje, o delegado Edgar Punsky explicou que as equipes policiais foram até a casa onde Michael estava morando com a esposa e o filho ainda no início da manhã para cumprir a ordem judicial. O homem saia do local em uma motocicleta e ao ver as viaturas tentou fugir.
No entanto, a motocicleta onde ele estava caiu e ele passou a atirar contra os policiais. Foi quando acabou baleado. Michael foi socorrido e encaminhado para a Santa Casa onde houve tentativa de reanimação, mas ele acabou não resistindo e morreu. À polícia a esposa do homem contou que eles estavam morando na vila de casas há 20 dias e o marido afirmou que eles iriam prosperar em Campo Grande.
“Nos montamos essa operação, temendo que isso acontecesse, pelo histórico desse indivíduo que demonstrava realmente uma predisposição à violência e sabendo que ele muito provavelmente estaria armado, tanto que estava com duas armas”, explicou Edgard.
Dentro da residência foram encontrados tabletes de maconha, que pesaram cerca de dois quilos, outra arma de fogo e itens de muito valor roubados da família em 2024. O delegado acredita que Michael pretendia praticar novos roubos na cidade.
“Ele ficou das 7h às 10h, identificando as fragilidades do apartamento e após ele encontrar ele ingressou de maneira furtiva pela entrada de obras, subiu até a cobertura, se escondeu no banheiro por mais de uma hora esperou a família chegar, e quando chegaram redes todos, filhos, marido, mulher e empregada”, relatou o delegado sobre o roubo em dezembro.
Ao Campo Grande News, uma vizinha do local que prefere não se identificar relatou que estava dormindo quando escutou os tiros por volta das 6h40 da manhã. Ela até pensou que fossem fogos de artificio, mas quando saiu para ver o que estava acontecendo se deparou com as viaturas policiais.
“Eu não sei quem é ele porque as pessoas moram pouco tempo nessas casinhas, ficam geralmente três meses no máximo. Mas tinha muito sangue no chão perto do portão. Eu não vi ambulância. Agora já lavaram tudo. A polícia levou uma motocicleta também, acho que era dele”, relatou a idosa de 91 anos.
Assalto – O assalto aconteceu na tarde de 2 de dezembro do ano passado. Na ocasião, o homem invadiu o Edifício Leblon, na Rua 13 de Junho, Centro da Capital. Ele aproveitou a movimentação de trabalhadores na reforma da fachada do prédio para entrar no local e abordou a esposa de um pecuarista ainda na entrada do condomínio com um revólver.
Sob a mira da arma, ele obrigou a mulher a levá-lo até o apartamento da família onde estavam o pecuarista, criança de 11 anos e uma funcionária. O criminoso buscava objetos de valor e as chaves de uma caminhonete modelo RAM. Após recolher tudo, tentou fugir com o carro elétrico da vítima, mas não conseguiu ligar o veículo.
Foi então que voltou ao imóvel e exigiu as chaves da caminhonete, porém acabou desistindo do plano e fugiu a pé antes da chegada da polícia. O pecuarista encaminhou mensagem para o sindico do prédio através de um relógio inteligente e as forças de segurança foram acionadas.
Do apartamento foram levadas armas de fogo, já que o pecuarista era Colecionador, Atirado e Caçador (CAC), 15 mil dólares, 10 mil euros, além das joias totalizando mais de R$ 600 mil em prejuízo à vítima. O criminoso fugiu para a cidade de Mirandópolis, no interior de São Paulo, onde equipe da Derf cumpriu mandados de busca. Ele não foi encontrado na ocasião. As investigações continuaram e a polícia descobriu que ele havia retornado para a capital sul-mato-grossense, onde acabou sendo morto nesta sexta-feira.
Histórico – A ficha extensa de Michael começou com o primeiro roubo em 2003 no estado de São Paulo. Na ocasião, junto com outros três homens, ele rendeu uma família de ao menos 8 pessoas na cidade de Piedade. As vítimas foram amarradas e agredidas com coronhadas. O dono da casa foi queimado na frente dos outros.
Na esposa do homem os criminosos derramaram um galão de gasolina e ameaçaram também atear fogo nela. Ele e os comparsas foram condenados a 33 anos, nove meses e dez dias de prisão.
Ele ainda tem na ficha furtos a residência, roubo a joalheria e tráfico de drogas, todos praticados o estado paulista. A última anotação criminal lá foi em novembro do ano passado, duas semanas antes de vir para Campo Grande.