Nascido em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Vinicius Fernandes, 22, cresceu no sítio dos avós. A vivência o levou a fazer minicursos para conciliar um ofício com a paixão pelo campo. Começou a operar colheitadeiras aos 17. Hoje usa drones para aplicar agrotóxicos em fazendas no Mato Grosso.
“Chego na propriedade e mapeio a área com drone. Depois, uso outro para pulverizar. Fico atento com o controle na mão se algo der errado.”
A engenheira agrônoma Crislaine Ladeia, 28, teve o primeiro contato com essa tecnologia na faculdade. Especializada em sensoriamento remoto, atua como instrutora de drones em Mato Grosso. “O drone me permite identificar com precisão onde está o problema. Isso tem uma economia de produtos, de serviço e de tempo, além de ser mais sustentável”, afirma.
Os dois pilotos são parte de um grupo crescente de profissionais do agronegócio. O Ministério da Agricultura e Pecuária exige cursos específicos para operar os equipamentos, como o Caar (Curso para Aplicação Aeroagrícola Remota), que dura em média 30 horas. Também é necessário um cadastro de piloto no Departamento de Controle do Espaço Aéreo.
Os salários podem ultrapassar R$ 10 mil no período de safra, quando se paga R$ 3 por hectare aplicado. “Comecei ganhando menos, porque estava aprendendo. Fui pegando experiência e cheguei a um salário melhor. Não é uma ilusão, realmente se recebe bem”, afirma Fernandes.
“É uma mão de obra mais qualificada, que demanda padrão de contratação mais formal e, por consequência, a remuneração média no setor tem crescido de maneira mais acelerada”, diz Felippe Serigati, pesquisador e economista do FGVAgro (Centro de Estudos do Agronegócio, da Fundação Getulio Vargas).
Márion Henry, 32, é engenheiro agrônomo e proprietário de uma empresa que atua no mercado de drones e agricultura de precisão em Mato Grosso. Ele afirma que os jovens procuram o mercado pela facilidade de inserção e habilidade com tecnologias.
“Os jovens veem o setor como uma oportunidade de altos ganhos sem precisar de uma formação extensa”, diz.
Desde 2018, a empresa de Henry formou 2.873 alunos, incluindo Fernandes e Ladeia. A procura foi maior na faixa de 18 a 29 anos (61%), seguida por pessoas entre 30 e 39 anos (28%). Os alunos acima de 40 totalizaram 11%. Homens são maioria (68%).
Para Henry, muitos jovens não estão preparados para as condições do campo. “Chegam pensando que os drones são como videogame, mas a rotina do negócio envolve sol, chuva, vento e calor.”
Apesar da boa remuneração, ele observa uma alta rotatividade. “Ficam temporariamente e saem em busca de oportunidades menos desconfortáveis e com rápida ascensão profissional.”
*Informações da Folhapress
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