“Me identifico bastante com a cultura brasileira que me lembra bastante a angolana em vários aspectos, me sinto em casa!”
A atriz e modelo Sharam Diniz é a nova protagonista da 10ª temporada de “Reis”, da Record TV, onde interpreta “Makeda”, a Rainha de Sabá. Atualmente, a artista também pode ser vista na série portuguesa “O Clube”, disponibilizada também na Globoplay.
Com 33 anos, a artista começou sua carreira aos 17. Sua projeção aconteceu quando venceu o concurso do Supermodel of the World em 2010. Em 2012, foi eleita a Melhor Modelo do Ano no Moda Luanda. Em seguida, desfilou como uma das “Angels” da Victoria´s Secret, tornando-se assim a primeira luso-angolana a desfilar para a marca. Já em 2013 foi consagrada a Melhor Modelo Feminina nos Globos de Ouro, de Portugal.
Sharam também foi a primeira angolana a estampar a capa da revista Vogue Portuguesa, além de estrelar em publicações e editoriais de várias revistas consagradas em todo o mundo.
Ela ainda fez campanhas de dezenas de marcas pelo mundiais e participou de grandes desfiles, como Balmain, Calvin Klein, Carolina Herrera e Vivienne Westwood.
Como atriz, sua primeira oportunidade aconteceu em 2015, quando trocou Nova York por Lisboa para estrear na novela da TVI “A Única Mulher”. Em 2018, ganhou seu primeiro grande personagem na TV em “Alma e Coração”, da SIC.
Empreendedora em Angola, Sharam Diniz lançou sua própria marca de extensões e aplicações de cabelos, e está semana ela a Capa exclusiva do Correio B+ em uma entrevista ao Caderno onde destaca sua estreia em “Reis”, carreira como modelo internacional e novos projetos.
CE – Sharam Diniz dá vida a Rainha de Sabá nessa nova fase de Reis. Como é interpretar um personagem conhecido historicamente ? Como se preparou para esse trabalho?
SD – Para além de uma enorme responsabilidade é consequentemente um ótimo desafio. A minha preparação durou 4 meses antes do início das gravações e continuou pós gravações. Eu diria que foi um dos momentos mais importantes dessa vivência. Tive uma excelente preparadora do núcleo de profissionais da própria Record TV que me permitiu enfrentar essa aventura sem medo e simplesmente ser. Dar vida a Makeda tem sido um presente lindo de Deus.
CE – Você já atuou em projetos da TV Portuguesa e está estreando no Brasil agora. Sente diferenças nas madeiras de se fazer audiovisual nesses dois países?
SD – Com certeza! Bom lembrar que o Brasil faz telenovelas/filmes/séries há mais de 60 anos… Portugal pode-se considerar um mercado ainda meio novo nessa temática. Claramente existem bons profissionais, mas aqui é sem dúvida a maior das escolas a nível de expressão de língua Portuguesa. Mais do que um sonho realizado é a minha assinatura de realização enquanto profissional nessa área. Me sinto grata e abençoada por ter essa oportunidade que sei que é bastante cobiçada.
CE – Como tem sido a adaptação de morar no Rio, com o idioma, com o processo de trabalho brasileiro?
SD – Uma maravilha. Já conhecia o Rio de Janeiro. Me identifico bastante com a cultura brasileira que me lembra bastante a angolana em vários aspetos. Literalmente me sinto em casa.
CE – Reis é sua primeira novela no Brasil. O que te chamou a atenção para poder aceitar o convite de mudar de país e trabalhar aqui?
SD – Ser uma novela de época… Até hoje tudo que fiz foi contemporâneo adaptado aos dias de hoje e poder dar vida a uma Raínha nem no meu melhor sonho, alguma vez ponderei essa possibilidade. Quando li sobre a personagem me encantei e abracei na hora.
CE – As novelas brasileiras são mundialmemte conhecidas. Acha que atuar num projeto desses será um divisor de águas da sua carreira? Pretende fazer mais projetos por aqui?
SD – Acredito que seja o início da internacionalização da minha carreira como atriz, por outras palavras espero que seja o primeiro projeto de muitos ainda.
CE – Aliás, como a dramaturgia entrou na sua vida, e em que momento você percebeu que era isso que você queria fazer?
SD – Era menina devia ter os meus 13/14 anos quando o desejo começou a brotar no coração. A minha infância em Angola (Luanda) me permitiu assistir a inúmeros programas televisivos brasileiros e daí surgiu a vontade que com o passar dos anos fui percebendo que era mais do que isso, era realmente o que gostaria de fazer para a vida.
CE – Sharam Diniz foi a primeira luso-angolana a posar para capa da Vogue Portugal e a desfilar para a Victoria´s Secret. Como mulher preta, como você se sente ocupando esses espaços? Você sonhava chegar tão longe?
SD – Como qualquer pessoa ambiciosa que deseja concretizar seus sonhos, nunca impus limites de onde podia chegar. Olhava para as minhas referências da época e pensava que também queria estar ali. Acredito muito que a minha fé me ajudou bastante mais do que me dedicar ou seguir algumas regras o facto de acreditar que conseguiria chegar. Foi o que me colocou nesses lugares, assim como uma boa equipa (agências) pessoas que acreditaram no meu potencial.
CE – Você tem uma trajetória de sucesso como modelo internacional, tendo posado para campanhas e capas de revistas e feito desfiles importantes. Como observa essa representatividade que você traz para meninas e mulheres pelo mundo?
SD – Hoje, com alguma experiência e um pouco mais de maturidade, me sinto honrada em poder fazer parte dessa missão. Importante perceber que cada um de nós tem o seu tempo, a sua trajetória e o seu legado.
Difícil colocar de lado o fator comparação, principalmente nos dias de hoje em que muita coisa acontece no digital e a qualquer momento pode viralizar mas ao mesmo tempo é sem dúvida a chave para que tudo aconteça. Você seguir o seu caminho sem olhar para os lados se inferiorizando. Acredite no seu processo. Mantenha os seus valores que no tempo certo tudo se encaixa.
CE – E como é sua relação com os fãs e com seus seguidores nas redes sociais?
SD – Super tranquila. Respondo mensagens, comentários, mas hoje opto por expor bem menos a minha vida pessoal. Cada vez mais sinto que o meu instagram é uma ferramenta de trabalho.
CE – Dizem que beleza abre portas. Na visão de uma mulher de sucesso, o que é necessário para se manter essas portas abertas?
SD – Mais do que ser bonita, ser uma mulher interessante intelectualmente.
CE – Quais seus próximos projetos?
SD – Continuar trabalhando como atriz e sonhando. Explorar diferentes vertentes talvez teatro para além de televisão.