O Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) segue com as investigações sobre esquema de fraudes ao sistema do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de MS). Na quarta-feira (10), o despachante Hudson Romeiro Sanches prestou depoimento à polícia e forneceu dados de IPs que podem levar as investigações para outros despachantes que podem ter roubado a senha dele para cometer fraudes.
Conforme o advogado do despachante, Mikhail Monteiro, foram fornecidos cerca de 7 IPs à polícia que afirma terem sido usados em computadores que teriam usado a senha do despachante para baixar documentos de veículos que tiveram restrições baixadas do sistema em esquema de fraude que pode ter “lucrado” até R$ 2 milhões.
Isso porque, a defesa do despachante afirma que seu cliente teve as senhas roubadas. Então, outro despachante teria utilizado seu acesso ao sistema do Detran-MS para baixar os documentos. No total, foram 10 documentos baixados na senha de Hudson. “Mas ele não reconhece essas impressões”, afirma Mikhail.
Ao Jornal Midiamax, a defesa explicou que “é fácil pegar uma senha no Conselho dos Despachantes”.
Ainda na quarta-feira, a polícia também ouviu o despachante Edilson Cunha Nogueira.
Servidora presa e despachante foragido
Conforme investigação policial, o esquema era comandado pelo despachante David Cloky Hoffamam Chita, que está foragido, em conluio com a servidora comissionada do Detran-MS, Yasmin Osório Cabral, presa na noite de sábado (06) – ela também está suspensa das funções por seis meses.
Conforme a polícia, a servidora obtinha clandestinamente senha de outros servidores, acessava o sistema e identificava caminhões com restrições. Então, passava informações para o despachante David Cloky Hoffamam Chita, que exigia o pagamento de R$ 10 mil dos proprietários para liberar os veículos.
Assim, ao receber os valores, a servidora liberava as restrições no sistema e o despachante baixava a documentação. Ao menos 200 veículos liberados irregularmente pelo grupo estão identificados.
Confira nota do Detran-MS sobre o esquema de fraude
“A investigação em questão corre sob sigilo de justiça, de maneira que, como determina o devido processo legal, afastamentos e demais processos administrativos, cíveis ou criminais, devem ser tratados como prevê a legislação.
O Detran-MS reforça que colabora com os órgãos de controle, interno e externo, para garantir apuração célere e punição rigorosa de eventuais servidores envolvidos em quaisquer práticas ilegais e/ou criminosas.
Reiteramos que a identificação de atividade ilícita que culminou com as investigações em curso, só foi possível graças ao monitoramento ininterrupto feito pelo Departamento de Trânsito, que identifica ações ou operações atípicas dos servidores, gerando alertas para os departamentos responsáveis investigarem mais a fundo”.
Na ocasião, Yasmin foi procurada pela reportagem para se posicionar sobre as acusações, mas não enviou resposta até a publicação dessa reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.
Fonte: Midiamax