A Polícia Federal (PF) revelou que um plano golpista, elaborado por militares para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi impresso no Palácio do Planalto em novembro de 2022. O planejamento foi desenvolvido pelo general da reserva Mário Fernandes, que atuava como secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República durante o governo de Jair Bolsonaro.
Detalhes
As informações foram divulgadas no relatório de inteligência da Operação Contragolpe, deflagrada nesta terça-feira (19) para prender cinco militares envolvidos na tentativa de impedir a posse de Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin, eleitos em outubro de 2022.
Durante a investigação, a PF encontrou um arquivo de Word intitulado “Punhal Verde e Amarelo”, que detalhava um plano voltado ao sequestro ou homicídio do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), além de Lula e Alckmin.
Segundo a PF, o plano apresentava características terroristas, com todos os dados necessários para a execução de uma operação de alto risco. O documento incluía detalhes sobre o envenenamento, uso de explosivos e armamento pesado para “neutralizar” as vítimas.
“O documento ainda revela o grau de violência das ações planejadas, ao descrever a possibilidade de ações para o assassinato do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva e de seu vice-presidente Geraldo Alckmin, com o objetivo de extinguir a chapa presidencial vencedora do pleito de 2022”, afirmou a PF.
Impressão do documento
A PF identificou que o documento foi impresso pelo general da reserva Mário Fernandes no Palácio do Planalto e levado para o Palácio da Alvorada, residência oficial de Jair Bolsonaro. O ex-presidente não é citado como investigado na operação.
“A investigação, mediante diligências probatórias, identificou que o documento contendo o planejamento operacional denominado Punhal Verde Amarelo foi impresso pelo investigado Mário Fernandes no Palácio do Planalto, no dia 9/11/2022 e, posteriormente, levado até o Palácio do Alvorada, local de residência do presidente da República, Jair Bolsonaro”, completou a PF.
Reações
O ex-presidente Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre a operação da Polícia Federal. Nas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou que “pensar em matar alguém não é crime”.
“Por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crime. E para haver uma tentativa é preciso que sua execução seja interrompida por alguma situação alheia à vontade dos agentes. O que não parece ter ocorrido. Sou autor do projeto de lei 2109/2023, que criminaliza ato preparatório de crime que implique lesão ou morte de 3 ou mais pessoas, pois hoje isso simplesmente não é crime. Decisões judiciais sem amparo legal são repugnantes e antidemocráticas”, afirmou.
*Com informações de Agência Brasil