Após uma enfermeira de 42 anos sofrer tentativa de estupro dentro da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário, em Campo Grande, casos de furto e insegurança nas unidades de saúde foram expostos pelos funcionários públicos.
Em relato de como fugiu da tentativa de estupro, a vítima contrastou a cobrança que os funcionários públicos recebem, sem a contrapartida de segurança para trabalhar com tranquilidade. Segundo ela, os profissionais da saúde ficam vulneráveis não só a tentativa de abuso sexual, como também furtos e roubos.
“Não temos segurança alguma ali. Furtos já são comuns. Meu carro já teve a janela quebrada. Outros colegas já foram assaltados até a mão armada, mas nada acontece na questão de melhoria de segurança”, desabafa.
Ainda conforme informado a reportagem, na mesma madrugada da tentativa de estupro na UPA Universitário, um rapaz já conhecido por ali, entrou pelo estacionamento e furtou a bolsa de uma médica de dentro da sala de descanso, enquanto ela estava em consulta, exercendo a profissão.
“Trabalhamos 24h expostos com a obrigação de acolher todo e qualquer cidadão, mas parece que abrimos mão dos nossos direitos básicos de segurança, lamenta.
A funcionária que sofreu tentativa de estupro em outra ocasião teve a janela do carro quebrada por ladrões no estacionamento.
Polícia segue atrás do criminoso
Com apoio de imagens da câmera de segurança da UPA, a polícia tenta identificar o autor. O crime aconteceu na madrugada desta quarta-feira (26).
A enfermeira conta que o suspeito já estava dentro da UPA em uma área restrita e privada aos médicos. Por se tratar de um ambiente de descanso, a área estava um pouco mais escura e silenciosa.
O criminoso estava escondido e quando a enfermeira saiu do banheiro e caminhava pelo corredor escuro, agarrou a vítima pelo pescoço e tampou a boca para que ela não gritasse.
“Ele fez um som que me orientava ficar em silêncio no meu ouvido e tentou me puxar para dentro do banheiro de volta. Quando percebi que ele estava me puxando e não tinha como pedir ajuda, comecei a bater com cotovelo contra o abdômen dele”, lembra.
Para se defender das cotoveladas, o suspeito soltou a boca da enfermeira que conseguiu gritar e pedir ajuda.
“Ele assustou e saiu correndo em direção a copa, onde tem uma porta, porém estava fechada. Uma médica que estava no repouso ouviu meu grito e saiu assustada. Ele não conseguiu sair pela copa, voltou no corredor onde estávamos. Tentei parar ele, mas ele se bateu, me empurrou contra um armário de aço onde bati minha mão e provocou um ferimento”, detalha a enfermeira.
Um administrativo que estava no outro repouso também tentou segurar o criminoso assim como o técnico do raio-x, mas ele conseguiu se trancar em uma sala.
Conforme a vítima, o autor foi trancado na sala, conseguiu quebrar a maçaneta da porta externa que dá acesso ao saguão principal e fugiu.
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