A qualidade do ar na tarde desta terça-feira (10) em Campo Grande segue considerada insalubre. O site suíço IQAir faz a medição em tempo real, em todo o mundo, e aponta Mato Grosso do Sul com índices insalubres e considerados não saudáveis para grupos sensíveis.
Além disso, nos próximos dias a qualidade do ar deve piorar, conforme a previsão. Essa leitura da qualidade é feita com uma escala que vai de 0 a 500 IQA (Índice de Qualidade do Ar).
Assim, leituras acima de 100 já são consideradas insalubres. Em Campo Grande, nesta terça-feira, a leitura é de 155. Em São Paulo (SP), a qualidade registrada na segunda-feira (9) foi de 158 e considerada a pior entre as grandes cidades do mundo.
Índice vai piorar
Apesar de já marcar um índice alto do IQA, com condições consideradas insalubres, Campo Grande terá uma piora na qualidade do ar. O mesmo site indica que na quarta e quinta-feira o índice será de 121 e 142.
Assim, o ar será considerado não saudável para grupos sensíveis. Porém, na sexta-feira a qualidade volta a piorar e atinge 177 IQA. Na segunda-feira (16), o valor é ainda pior, 196 IQA.
A recomendação é de evitar exercícios ao ar livre, fechar janelas para evitar a entrada do ar poluído na casa e utilizar máscara de proteção. Ainda se possível usar um purificador de ar.
Poluente PM2.5
Um outro índice é o monitoramento dos poluentes ligados aos impactos na saúde humana. Com isso, PM2.5 são as partículas com diâmetro igual ou inferior a 2,5 micrômetros.
Quando inalado, o PM2.5 é absorvido na corrente sanguínea e relacionado a doenças como acidente vascular cerebral, doenças cardíacas, pulmonares e ainda câncer.
Nesta terça-feira, Campo Grande marca um índice de 12,2 vezes mais a concentração de PM2.5 do que o valor de referência para qualidade do ar da OMS (Organização Mundial de Saúde).
Em São Paulo (SP), esse valor no mesmo horário é de 9,8 vezes a concentração de PM2.5.
Cidades mais poluídas
Previsão para os próximos dias
Conforme o meteorologista do Cemtec MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), Vinícius Sperling, para os dias 15 e 16 de setembro há um indicativo de melhora momentânea para algumas regiões do estado, principalmente na metade sul.
Isso deve acontecer devido à chegada de uma curta frente fria, com possibilidade de chuva. A umidade relativa do ar pode passar para 50 a 60%. Porém, os municípios do norte do estado, que apresentam o cenário mais crítico em qualidade de ar, não devem apresentar esta melhora.
Já em relação à fumaça que persiste em Mato Grosso do Sul, o meteorologista explica que não há previsão de trégua. Pelo contrário, o monitoramento indica condições favoráveis para os próximos dias.
Ainda segundo o especialista, não é possível estipular o dia para o fim da cortina de fumaça, pois, mesmo com as mudanças dos ventos, há um corredor de fumaça carregada de outras regiões, por exemplo, da Amazônia, Paraguai e estados vizinhos.
“Nesses últimos dias, devido aos ventos de leste a nordeste, vem muita fumaça de São Paulo e Minas Gerais. Todos os biomas queimam muito. Ou a gente vive com fumaça, ou mudamos (os hábitos) urgentemente. As secas e as ondas de calor estão aí provando que precisamos pensar. Não existe imunidade para isso (fumaça). Está péssima a qualidade do ar, talvez, não percebemos tanto, mas tem impactos para população”.
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